De acordo com informações da TF Agroeconômica, o relatório mais recente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) sobre o complexo de soja destacou o aumento significativo nos estoques de farelo de soja da safra atual, que mais do que dobrou em relação aos anos anteriores. Essa situação impacta diretamente as margens das indústrias, que precisam absorver parte do custo adicional do esmagamento da soja, reduzindo a rentabilidade. Além disso, os estoques de soja em grão também cresceram cerca de 30% em comparação ao ano passado, contribuindo para a pressão nos preços do grão.
Por outro lado, o óleo de soja apresenta uma dinâmica distinta. Com alta demanda para a produção de biocombustíveis, os estoques finais de óleo têm diminuído progressivamente, o que sustenta os preços. Esse equilíbrio entre os preços do farelo, grão e óleo de soja tem garantido certa estabilidade no mercado doméstico, mesmo diante de um cenário de pressão na Bolsa de Chicago (CBOT).
Especialistas indicam que, embora os preços da soja no Brasil se mantenham sustentados, um aumento significativo não é esperado nos próximos meses. Os principais fatores de influência externa incluem a condução de políticas pelo novo presidente dos Estados Unidos e os desdobramentos de conflitos em regiões estratégicas para o petróleo, que impactam diretamente os preços do óleo de soja. Com o mercado global atento a essas variáveis, o cenário brasileiro de soja reflete um equilíbrio delicado entre os desafios internos e as incertezas externas, reforçando a necessidade de monitoramento constante por parte de produtores e indústrias.
