Prepare o bolso! As carnes devem ficar mais caras no Brasil até o final do ano: a oferta de bovinos prontos para o abate está caindo, a demanda está alta e as exportações vem aumentando consideravelmente. A partir de agora, o consumidor brasileiro voltará a conviver com carnes caras, já que a tendência é subir mais em 2025.
O preço da carne bovina aumentou após um longo período de estabilidade no país. No último mês, apenas o contrafilé subiu 3,79%, conforme o IPCA, que é o indicador oficial da inflação no Brasil. Em seguida aparecem a carne de porco, o patinho e a costela, também com altas de 3%. O filé mignon também está 2,47% mais caro e a alcatra, 3,02% mais cara. Já carnes que sempre foram ‘mais em conta’ como o músculo, acumulam alta de 1,5%.
De acordo com o consultor da FGV Agro, Felipe Serigatti, a alta demanda por carne bovina no Brasil foi impulsionada pela melhoria no mercado de trabalho, com o baixo índice de desempregos e a valorização dos salários, o que leva o consumidor a investir na compra de mais carnes bovinas. Ao mesmo tempo, as exportações em setembro, ajudaram nessa alta, já que em setembro, elas atingiram um volume recorde, de 320 mil toneladas.
Fernando Iglesias, consultor da Safras & Mercados, lembra que a alta nos preços da carne sempre começa no campo, influenciados pelo mercado do boi gordo, que é o índice que regula o valor da arroba do boi e, consequentemente, o preço das carnes para o consumidor. “A oferta em campo está começando a cair no país e com a demanda alta, é reflexo normal o preço da carne subir”, diz ele.
Na semana passada, o preço do animal vivo subiu mais de 7% em São Paulo, que serve de referência para o mercado nacional. Em 2024, a elevação passa de 20%. Desde o início do mês, a alta na arroba foi de R$ 27. Na B3, o mercado futuro aponta cotações superiores a R$ 300 a arroba pelo menos até o mês de fevereiro.
“O consumidor tem a opção de comprar outros tipos de carnes como as de aves, ovos e de suínos, mas certamente o brasileiro passará a conviver com preços mais altos para as carnes no Brasil”.