O secretário de Comércio dos Estados Unidos, Howard Lutnick, afirmou na terça-feira (29), que há uma possibilidade de alguns produtos que não são cultivados nos Estados Unidos, entrarem no país isentos de tarifas. "O país [Estados Unidos] pode isentar a tarifa de alguns produtos que eles não cultivam", disse o secretário, acendendo uma luz para o agronegócio brasileiro, já que itens como café e frutas frescas, como manga ou abacaxi, não são cultivados no país.
O vice-presidente e ministro da indústria, comércio, Geraldo Alckmin, participa de reuniões estratégicas com representantes de grandes empresas de tecnologia, buscando flexibilizações e abertura de diálogo com os Estados Unidos. Em uma dessas conversas, Alckmin conseguiu com o secretário de comércio americano, Howard Lutnick, impedir que a taxação de 50% fosse aplicada de forma irrestrita, negociando uma redução para 10% que já havia sido imposta meses atrás.
"Nós estamos trabalhando para que a diminuição da alíquota seja para todos", comentou Alckmin, enfatizando que não há justificativa para manter uma alíquota elevada com um país que apresenta uma balança comercial superavitária com os Estados Unidos.
Enquanto isso, o encarregado de negócios da embaixada dos Estados Unidos no Brasil, Gabriel Escobar, trabalha intensamente para reforçar pedidos de isenção para produtos agrícolas e outros setores. Escobar enviou um telegrama diplomático à Casa Branca, resumindo os encontros com o governo federal e líderes empresariais brasileiros, que expressam uma maior abertura por parte dos americanos.
Diante da incerteza da situação, o governo brasileiro, liderado pelo presidente Lula, também prepara um plano de contingência. Este plano inclui ações como empréstimos subsidiados pelo governo e pagamento de parte dos salários de funcionários do setor privado, visando minimizar os impactos em caso de a tarifação ser aplicada integralmente.
Além disso, Lula não descarta a possibilidade de dialogar diretamente com o presidente Donald Trump por telefone, focando estritamente em questões comerciais para evitar desdobramentos indesejados, semelhantes aos incidentes diplomáticos anteriores envolvendo outros líderes mundiais.