A confirmação de focos de gripe aviária no Brasil provocou mudanças no cenário da avicultura nacional e já reflete em perdas para o setor. Após o registro do primeiro caso da doença em uma granja comercial de Rio do Sul (SC), em 16 de maio, os rígidos protocolos sanitários foram ainda mais reforçados. Mesmo assim, parte do mercado internacional reagiu com a suspensão da compra de carne de frango brasileira.
De acordo com o Ministério da Agricultura, neste fim de semana foi identificado mais um foco da doença em aves de subsistência, desta vez em Campinápolis, no Mato Grosso. Com isso, chega a quatro o número de ocorrências em criações não comerciais. A pasta reforça que esses casos, por serem fora do setor industrial, não trazem restrições comerciais segundo as normas internacionais.
Ainda assim, até o momento, 21 países ou blocos econômicos suspenderam totalmente as importações de frango brasileiro, entre eles estão grandes parceiros comerciais como China, União Europeia, México, Coreia do Sul e África do Sul. Outros 17 países interromperam as compras apenas do Rio Grande do Sul, enquanto quatro limitaram as restrições ao município de Montenegro.
Os efeitos já apareceram no balanço de exportações de maio, que apresentou queda de 12,9% em comparação com o mesmo mês do ano passado. Segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), apesar da redução, o impacto não foi considerado crítico, uma vez que o Brasil tem adotado medidas rápidas e eficientes para controlar os focos.
Com o fechamento parcial de mercados externos, parte da produção que seria exportada acabou sendo direcionada ao mercado interno. Isso aumentou a oferta e pressionou os preços para baixo, especialmente em empresas com menor capacidade de armazenamento.
O setor aguarda com expectativa o dia 18 de junho, quando o Brasil poderá recuperar o status de livre da gripe aviária, conforme os critérios da Organização Mundial de Saúde Animal. Até lá, a vigilância sanitária segue intensa.