Mais de 7 mil cabeças de gado que estavam sendo criadas em áreas embargadas por desmatamento ilegal - 2,1 mil hectares de florestas - foram apreendidas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) na Amazônia. A Operação Carne Fria 3 foi deflagrada nesta sexta-feira (29) com foco no combate ao desmatamento associado às cadeias produtivas na Amazônia.
De acordo com o Ibama, 7.061 animais avaliados em R$ 30 milhões foram apreendios, propriedades e 16 frigoríficos foram autuados. Seis frigoríficos foram autuados em R$ 4 milhões pela compra direta de 8.172 cabeças de gado originadas de áreas embargadas e outros 12 frigoríficos foram notificados e estão sob investigação por aquisição de gado suspeito, triangulado com fazendas “limpas” para disfarçar a origem ilegal, conforme o órgão de proteção ambiental. As multas às fazendas somam R$ 22 milhões. Os proprietários foram notificados a retirar o gado das áreas embargadas no prazo de 30 dias.
Segundo a investigação, animais de áreas ilegais vinham sendo transferidos para propriedades sem embargos para receber novas Guias de Trânsito Animal (GTAs), criando a legalidade antes de serem repassados a frigoríficos exportadores. O procedimento criminoso de "lavagem de gado" foi identificado pelos agentes da operação. As irregularidades foram encaminhadas ao Ministério Público Federal (MPF) para responsabilização civil e criminal dos envolvidos, de acordo com o Ibama.
As três fases da Operação Carne Fria, realizadas em 2017, 2024 e 2025, já somam mais de 170 autuações e R$ 640 milhões em multas aplicadas. Com o avanço da investigação sobre frigoríficos, o Ibama busca atacar não apenas o desmatamento ilegal, mas também os mecanismos que permitem a inserção de carne de origem ilícita no mercado.