Produtores de gado nos EUA criticaram a proposta do presidente Donald Trump de ampliar as importações de carne bovina da Argentina, afirmando que a medida ameaça a renda do setor e desrespeita o livre mercado.
Trump disse que o objetivo é reduzir o preço da carne bovina, que atingiu níveis recordes, e fortalecer a relação com a Argentina, considerado aliado estratégico. A proposta gerou reação de entidades do setor, como a National Cattlemen’s Beef Association (NCBA) e a National Farmers Union, que afirmaram que a medida cria caos para os pecuaristas locais sem efeito real sobre os preços nos supermercados.
O governo norte-americano busca, segundo o USDA, equilibrar a redução de preços com apoio aos produtores locais, incluindo assistência em desastres e estímulo à produção. Economistas alertam que a importação de carne argentina, responsável por cerca de 2% das compras americanas em 2024, dificilmente reduzirá os preços e pode desestimular a expansão dos rebanhos nacionais.
O rebanho bovino nos EUA atingiu em janeiro o menor nível em quase 75 anos, prejudicado por seca prolongada, suspensão parcial de importações do México e tarifas sobre a carne brasileira. O excesso de carne estrangeira pode comprometer a independência alimentar do país a longo prazo.