Brasil e mundo

Castro e Moraes discutem operação e retomada de territórios no Rio

04 nov 2025 às 10:47


O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, reuniu-se nesta segunda-feira (3) com o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes no Centro Integrado de Comando e Controle (CICC), na Cidade Nova. Durante o encontro, Castro apresentou dados da Operação Contenção, realizada na semana passada nos complexos da Penha e do Alemão, que deixou 121 mortos, configurando-se como a ação policial mais letal da história do estado.


A visita de Alexandre de Moraes ao Rio teve como objetivo colher informações sobre a operação, já que ele é o relator temporário da ADPF 635 (ADPF das Favelas) — ação que define regras para reduzir a letalidade policial. Entre essas regras estão o uso proporcional da força, a instalação de câmeras nas viaturas e a elaboração de planos de reocupação de áreas dominadas por facções.


De acordo com o governo estadual, o relatório sobre o cumprimento da ADPF será encaminhado ao STF. Moraes também conheceu a Sala de Inteligência e Controle do CICC, onde estão os sistemas de reconhecimento facial e monitoramento das câmeras portáteis utilizadas pela Polícia Militar.


O governador destacou que ambos conversaram sobre o projeto de retomada de territórios que está sendo organizado pelo Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP). “Demos ao ministro total possibilidade de tirar todas as dúvidas sobre a política de segurança do Rio de Janeiro e nos desafios no combate ao crime”, afirmou Castro.


Operação Contenção

Realizada pelas polícias Civil e Militar, a operação deixou 121 mortos — incluindo quatro policiais. Segundo o governo, a ação foi considerada um sucesso, com 113 prisões, sendo 33 de outros estados, além da apreensão de 118 armas e uma tonelada de drogas.


Com um efetivo de 2,5 mil policiais, a operação tinha o objetivo de conter a expansão do Comando Vermelho e cumprir 180 mandados de busca e apreensão e 100 de prisão, sendo 30 expedidos pela Justiça do Pará.


Os intensos confrontos e retaliações paralisaram parte da cidade, com o fechamento de vias, escolas, comércios e postos de saúde. Moradores, familiares de vítimas e organizações sociais denunciam a ação como uma “chacina”.