Rússia e Ucrânia chegaram a um acordo nesta terça-feira (25) para garantir a navegação segura no Mar Negro e a proibição de ataques a instalações energéticas mútuas dos países por pelo menos 30 dias. A negociação foi mediada por autoridades dos Estados Unidos.
Os acordos firmados na Arábia Saudita são parte do esforço do presidente Donald Trump de encontrar uma forma de encerrar o conflito bélico que já dura mais de três anos. O americano tem tentado cada vez mais se aproximar de Moscou, numa estratégia diferente da empregada pelo seu antecessor, Joe Biden, que defendia um apoio irrestrito a Kiev e o isolamento a Vladimir Putin, presidente russo.
No começo da guerra, os russos implicaram à Ucrânia, um dos maiores exportadores de grãos do mundo, um bloqueio naval que deixou o mundo em alerta com a possibilidade da criação de uma crise alimentar generalizada.
A Casa Branca divulgou duas declarações contendo os pontos sobre a negociação, com cinco cada, sendo quatro deles idênticos. O documento que cita os pontos russos, no entanto, prevê ajuda americana para “restaurar o acesso da Rússia ao mercado mundial para exportações agrícolas e de fertilizantes, reduzir os custos de seguro marítimo e melhorar o acesso a portos e sistemas de pagamento para tais transações”.
Moscou disse que a pausa só começará quando as sanções ao Banco Agrícola do país e outras “instituições financeiras envolvidas no comércio internacional de alimentos” forem retiradas. O mandatário ucraniano, Volodimir Zelensky, disse estar preocupado com o “enfraquecimento na posição das sanções”, uma vez que ela representaria uma ajuda dos EUA na situação econômica russa enquanto eles estão envolvidos em uma guerra.
A proibição dos ataques a instalações energéticas vem depois das ações mútuas nesta área. A Rússia bombardeou a rede de eletricidade ucraniana sob a justificativa de que a estrutura de energia civil dos rivais ajudaria no poder de combate das tropas de Zelensky.
Os ucranianos responderam recentemente com ataques de drones em pontos de armazenamento de petróleo e gás da nação vizinha. Para eles, o que ali era armazenado servia como combustível para as tropas de Putin, além de servir como forma de financiar o combate.