Um lote da água mineral da marca Mineratta foi recolhido depois que um homem foi hospitalizado com sintomas de intoxicação após consumo na cidade de Garça, 400 km a oeste de São Paulo, informou a secretaria de saúde do município.
Alexandre Carpine, de 50 anos, tomou duas garrafas d'água durante expediente de trabalho, na última sexta-feira. Ele passou mal e procurou a UPA (unidade de pronto atendimento) da cidade "com sintomas de intoxicação", disse o secretário de saúde de Garça, Pedro Scartesini, em post no Instagram.
Paciente teve queimaduras no esôfago e no estômago. Em nota ao UOL, a secretaria informou que ele "foi submetido a uma endoscopia digestiva, que confirmou a presença de lesões compatíveis com queimaduras de contato no trato gastrointestinal".
"Água estava contaminada com algum tipo de produto", afirmou Scartesini, sem especificar. O secretário disse ainda que o paciente foi prontamente atendido e medicado. Ele não chegou a ser transferido para a UTI e já recebeu alta hospitalar.
"Até o momento, trata-se de um caso isolado, sem registros de outros incidentes relacionados ao mesmo lote do produto." - Secretaria de Saúde de Garça, em nota.
Prefeitura orienta moradores a não consumirem produto
Lote sob investigação é o 253-1, com fabricação em 10 de setembro de 2025 e validade até 10 de setembro de 2026. "Não consuma a água mineral Mineratta, lote 253, até que seja esclarecido o que realmente aconteceu com essa água, se só aquela garrafa estava contaminada ou se há mais garrafas contaminadas", orientou o secretário de saúde.
Vigilância sanitária e autoridades policiais foram acionadas. A Polícia Civil informou ter apreendido "garrafas no hospital, em duas distribuidoras e na empresa onde a vítima tomou a água, com amostras coletadas para perícia".
O que dizem as empresas
Distribuidora diz que lote foi inspecionado, porém não foram verificadas irregularidades. Em nota ao UOL, a DBG/Villa Jahu, que são detentoras da marca Mineratta e fazem a distribuição na região, afirmou que as garrafas recolhidas "não apresentaram qualquer alteração visual, química, organoléptica [substância não percebida por visão, olfato, paladar, tato e audição] ou que se associe com o produto encontrado".
Envase da água é feito pela empresa Vale dos Valles Pinhalzinho. Conforme a distribuidora, a concessionária "atende todas as exigências regulatórias e legais". O UOL entrou em contato com a envazadora, mas não teve resposta até a última atualização deste texto. O espaço segue aberto para manifestações.
A DBG/Villa Jahu informou ainda que "instaurou uma análise interna detalhada". Disse que, "caso necessário, também solicitará avaliações externas, com o objetivo de identificar a causa do ocorrido e adotar todas as medidas cabíveis", e que está colaborando com as investigações junto às autoridades.