A Polícia Civil do Paraná (PCPR) deflagrou na manhã desta quinta-feira (11) uma operação que é desdobramento de uma investigação sobre contratação direta ilegal no setor de transporte urbano de Londrina. Foram cumpridos cinco mandados de busca e apreensão na cidade e também em Curitiba.
O foco da operação é obter provas sobre supostas irregularidades em um processo de dispensa de licitação. O contrato investigado é avaliado em R$ 142.570,00 e tinha como objetivo a contratação de serviços de consultoria para a revisão da planilha tarifária e diagnóstico do sistema de transporte coletivo urbano de Londrina. A ação contou com a colaboração do próprio órgão público municipal afetado.
Os mandados foram cumpridos nas sedes das empresas envolvidas, nas residências dos sócios e administradores e em uma repartição pública. Celulares, computadores e documentos foram apreendidos pelos policiais civis e serão submetidos à perícia. O delegado da PCPR, Thiago Vicentini, indicou que há fortes indícios de simulação de concorrência. Foi descoberto que duas das três empresas que apresentaram orçamentos pertencem ao mesmo grupo familiar, e os valores das três propostas eram "extremamente próximos", com uma variação ínfima de apenas 2,91% entre o menor e o maior orçamento.
A PCPR também investiga o direcionamento na fase de cotação de preços. Segundo o delegado, as empresas participantes foram indicadas por um servidor do órgão de transporte, em vez de serem selecionadas pelos trâmites usuais de pesquisa de mercado. Além disso, a alegação de urgência que justificou a dispensa da licitação é vista com suspeita, já que o processo de contratação levou cerca de 60 dias para ser iniciado após a ordem inicial, um prazo considerado incompatível com a natureza emergencial alegada.