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Uso incorreto de clonazepam pode trazer consequências graves para saúde

25 out 2025 às 12:34

Conhecido popularmente pelo nome comercial Rivotril, o Clonazepam se consolidou como o calmante mais utilizado pelos brasileiros. Prescrito para tratar transtornos de ansiedade, crises de pânico e epilepsia, o medicamento se tornou uma espécie de "solução rápida" para o estresse e a insônia do dia a dia. 


No entanto, autoridades de saúde e as próprias farmacêuticas alertam: o uso incorreto deste fármaco de tarja preta pode trazer consequências graves e duradouras para a saúde.


O que é o clonazepam e por que ele é tão controlado?


O Clonazepam pertence à classe dos benzodiazepínicos, medicamentos que atuam como depressores do sistema nervoso central, promovendo um efeito calmante, sedativo e anticonvulsivante.


Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), por seu alto potencial de causar dependência física e psicológica, ele é classificado como um medicamento de controle especial (tarja preta), exigindo receita azul (B2) para sua aquisição, que fica retida na farmácia.


O objetivo desse controle rigoroso é justamente evitar o uso indiscriminado e os riscos associados à automedicação.


Os riscos do uso incorreto: alertas de autoridades e fabricantes


Informações disponíveis em bulas de medicamentos aprovadas pela Anvisa e em portais de saúde governamentais são claras sobre os perigos do uso do Clonazepam fora da prescrição médica. Os principais riscos incluem:


1. Dependência e crises de abstinência


O corpo se acostuma rapidamente com a presença do Clonazepam. O uso contínuo, especialmente em doses não recomendadas, leva à dependência. A interrupção abrupta do medicamento pode causar uma crise de abstinência severa, com sintomas como insônia, irritabilidade, ansiedade extrema, tremores e até convulsões.


2. Efeitos colaterais significativos


Mesmo quando usado corretamente, o Clonazepam pode causar efeitos adversos. O uso incorreto potencializa esses riscos. Os mais comuns são:


  • Sonolência e fadiga excessiva;
  • Dificuldade de coordenação motora (risco de quedas);
  • Amnésia anterógrada (lapsos de memória para eventos recentes);
  • Confusão mental e tontura;
  • Diminuição da libido.


3. Efeito tolerância e "Efeito Rebote"


Com o tempo, o organismo pode desenvolver tolerância, exigindo doses cada vez maiores para obter o mesmo efeito calmante inicial. Além disso, ao cessar o uso, muitos pacientes experimentam o "efeito rebote", onde os sintomas originais de ansiedade e insônia retornam com intensidade ainda maior.


4. Interações perigosas


A bula do Clonazepam alerta expressamente contra a combinação do medicamento com álcool ou outros depressores do sistema nervoso central (como opioides e outros sedativos). Essa mistura pode potencializar o efeito sedativo, levando à insuficiência respiratória, coma e até mesmo à morte.


A importância crucial do acompanhamento médico


Especialistas e órgãos de saúde são unânimes: o Clonazepam é uma ferramenta farmacológica importante quando bem indicada e acompanhada por um profissional de saúde. O tratamento deve ter início, meio e fim, com a dose ajustada individualmente e a retirada sendo feita de forma gradual e supervisionada.


A popularidade do Clonazepam não pode normalizar os perigos de seu uso indevido. A busca por alívio imediato para as pressões da vida moderna não deve sobrepor a segurança e a saúde a longo prazo.

Este artigo tem caráter informativo e não substitui a consulta médica.