Foi preso hoje um homem de 65 anos, suspeito de ter deixado uma mala com a parte do corpo de uma mulher dentro de um armário da rodoviária de Porto Alegre.
Suspeito foi identificado como Ricardo Jardim. O publicitário estava vivendo em uma pousada na zona norte da capital gaúcha e foi detido durante a madrugada desta sexta. A informação foi divulgada em entrevista coletiva.
Polícia acredita que ele matou namorada e esquartejou corpo dela. A vítima tem cerca de 50 anos e não teve a identidade divulgada pela polícia. As autoridades ainda não conseguiram identificá-la por impressões digitais porque os dedos foram cortados.
Delegado Mario Souza afirmou que Ricardo cometeu o crime "com a intenção de afrontar a sociedade". Além disso, ele também tentou movimentar as contas bancárias da vítima, o que pode indicar uma motivação financeira.
Ricardo é "extremamente educado, frio e aparentemente muito inteligente", descreveu o delegado. "Este homem não pode estar em condições de convívio na sociedade. É uma pessoa que tem capacidade de cometer crimes altíssima", acrescentou.
Vídeo mostra momento em que suspeito deixa mala em um armário da rodoviária, no dia 20 de agosto. Bagagem permaneceu no armário por 12 dias e foi encontrada após pessoas reclamarem do odor. Dentro da mala, foi encontrado o torso da vítima.
Polícia acredita que a mulher foi morta no dia 9 de agosto. Uma semana antes de deixar parte do corpo da rodoviária, o suspeito teria descartado os braços e as pernas da mesma mulher em sacolas de lixo na zona leste de Porto Alegre. Para o delegado, as ações faziam parte do primeiro e segundo atos do plano do publicitário. A terceira etapa seria o descarta do crânio da mulher, que ainda não foi localizado pela polícia.
Delegado explica que o suspeito usou máscara, luvas e óculos para tentar dificultar a identificação. "Ele poderia ter sido abordado, por exemplo, porque não é normal uma pessoa estar assim na rua. Então, ele tomou medidas, mas, de certa forma, ele se expôs", disse.
Suspeito foi identificado a partir de imagens de uma câmera de segurança do estabelecimento comercial. Os investigadores conseguiram captar um momento em que ele abaixou a máscara, o que ajudou na identificação do suspeito. "Parecia que ele estava querendo controlar os atos do estado, os atos da polícia. Parecia que ele queria estar um passo a frente da polícia", explicou o delegado Souza.
Publicitário foi condenado a 28 anos por matar e concretar a mãe
Em 2018, Ricardo Jardim foi condenado pela morte da mãe, Vilma Jardim, 76. Ele foi considerado culpado por homicídio duplamente qualificado, ocultação de cadáver e posse de arma.
Durante o julgamento, ele negou ter assassinado a mãe e confessou apenas que escondeu o corpo. O crime ocorreu em 2015. A Promotoria acusou o publicitário de cometer o crime porque queria ficar com o dinheiro do seguro de vida do pai, morto um ano antes.
Ricardo Jardim deixou a prisão em janeiro de 2024. Ele conseguiu a progressão de regime sob a condição de se apresentar para para colocar tornozeleira eletrônica, mas nunca compareceu e estava foragido.
A reportagem questionou o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul sobre o motivo de Ricardo ter sido colocado em liberdade e aguarda retorno. O UOL não localizou a defesa do suspeito. O espaço segue aberto para manifestação.