O Planalto avalia que os pedidos de impeachment contra o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, são impossíveis de ser acatados. Atualmente 50 requerimentos que pedem o afastamento dele e de outros ministros estão nas mãos do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), que não tem prazo para decidir se acata ou não as petições.
Agora, a oposição sobe o tom e pressiona os pedidos, após as reportagens da Folha de S. Paulo que afirmam que o setor de combate à desinformação do Tribunal Superior Eleitoral foi acionado fora do rito pelo gabinete de Moraes no STF, durante as eleições de 2022.
Segundo a publicação, o ministro pedia informalmente aos assessores relatórios específicos contra aliados de Jair Bolsonaro. Moraes negou irregularidades e disse que seria 'esquizofrênico' se auto-oficiar em busca de informações para inquéritos que relata.
Flávio Bolsonaro, atual senador pelo PL e filho do ex-presidente aumentou o tom da cobrança pelo impeachment de Moraes. "Ele escolhe os alvos e manda produzir dossiês e inventar crimes contra eles por pessoas que ele já escolheu para fazer investigação. Não tem nada de meio legal aqui, de caminho mais eficiente. Tem direcionamento", disse.
Já a base do governo segue com a defesa do trabalho do ministro. "Não adianta. Não é com factoides que vão conseguir escapar das contas que têm que prestar à Justiça. Não vão sair impunes dos crimes que cometeram, especialmente os perpetrados contra a ordem democrática e o Estado de direito", afirmou o líder do PT no Senado, Humberto Costa.
Para levar em frente o impeachment de Moraes, seriam necessários os votos de 54 dos 81 senadores da República.