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123 horas - O sequestro que parou o Paraná: A Descoberta

28 abr 2025 às 12:51

A partir de hoje, no Jornal Tarobá 1ª Edição, voltamos no tempo para relembrar um fato que marcou época, desafiou a polícia, a imprensa e chocou a sociedade. Em 1995, os olhos do Paraná e do Brasil se voltaram para Marechal Cândido Rondon, onde acontecia um dos sequestros mais emblemáticos da história do Estado.


A Tarobá registrou, ao longo de cinco dias, imagens que impactaram o país inteiro. Trinta anos depois, nosso jornalismo revive emoções junto com os personagens que sentiram na pele a angústia, o medo e também o sucesso de uma operação que ficou para sempre na memória. Você confere agora o primeiro capítulo da série especial: "123 Horas: O Sequestro que Parou o Paraná".


Foi o maior sequestro da história do Estado. Um crime que mobilizou o país e deixou marcas profundas em quem vivenciou as 123 horas de tensão. Até hoje, arranca lágrimas de quem enfrentou o maior desafio de suas vidas. Um marco na segurança pública do Paraná.


Com olhos atentos, ouvidos abertos e a colaboração de muitas mãos, mergulhamos em uma história que completa agora 30 anos. Um resgate histórico de uma memória ainda viva, mesmo depois de três décadas.

Para quem viveu todo o drama, as emoções seguem intensas. O Brasil parou para acompanhar cada novo capítulo desse caso, em uma das coberturas mais tensas e longas já realizadas pela Tarobá.


Agora, este documentário revisita todos os detalhes de um episódio que marcou uma geração: o sequestro de Marechal Cândido Rondon.


Em 1995, Marechal Cândido Rondon era um município de menos de 40 mil habitantes, no Oeste do Paraná. Uma cidade pacata, que viu sua tranquilidade ser abalada na madrugada de 24 de abril.


Por volta das quatro horas da manhã, três criminosos invadiram uma casa na rua Paraná, número 190. O alvo era a família Martin, proprietária de uma casa de câmbio. Roni Martin, sua esposa Leina, a filha Natália, na época com apenas nove meses, e a babá Ana Paula foram feitos reféns.


Os sequestradores buscavam dinheiro, e foi assim que a família Kraemer entrou na história. Elton Kraemer, sua esposa Úrsula e os gêmeos, Fabrício e Fabiano, também foram levados à casa dos Martin. A funcionária Ivete Scheffer, ao chegar para trabalhar, tornou-se mais uma refém.


Para evitar suspeitas e conseguir o valor exigido, 500 mil dólares, Roni e Elton foram autorizados a sair e retornar algumas vezes à residência, sob o risco constante de represálias.


Entre as diferentes versões sobre os eventos, um momento crucial ocorreu quando, durante uma dessas saídas, Roni teria acionado seu advogado, o que resultou na chamada à polícia. Essa ação foi o início do fim para os sequestradores, que viram seu plano começar a ruir.


Logo no início, ficou evidente que se tratava de um caso extremamente complexo. O policiamento da pequena cidade de Marechal Cândido Rondon rapidamente começou a receber reforços, que se intensificariam ao longo das horas. Um dos primeiros telefonemas feitos pelo delegado Carlos Reis foi para o irmão, também delegado, na cidade vizinha de Terra Roxa. Esse apoio, além de profissional, teve um caráter emocional, já que o momento exigia uma coordenação precisa e calma.


Nos primeiros movimentos de abordagem em frente à casa dos reféns, a polícia fez uma investida para entender o poder de fogo dos criminosos. A resposta deles deixou claro que a cautela seria a melhor estratégia, visto que os sequestradores estavam armados e dispostos a reagir.


A primeira emissora a chegar ao local foi a Tarobá, que, com faro para a notícia, obteve a vantagem de cobrir o caso desde o início. Hoje, a informação se espalha de forma rápida, mas há 30 anos, as coisas não eram tão simples. A cobertura da Tarobá se tornou um marco jornalístico, sendo uma das mais longas e tensas já realizadas.


Amanhã, na segunda parte do documentário, vamos contar como as nossas equipes descobriram o sequestro e passaram a realizar uma das maiores coberturas da história da Tarobá.