O caso dos quatro amigos desaparecidos há 40 dias em Icaraíma, no noroeste do Paraná, ganhou um novo e preocupante capítulo. A Polícia Civil, com apoio da Polícia Ambiental e do Corpo de Bombeiros, encontrou cápsulas de pistola 9mm e marcas de tiros em árvores dentro de uma propriedade rural no distrito de Vila Rica. A principal suspeita é que o local tenha sido palco de uma execução.
A pista que levou os investigadores até a área foi uma carta anônima, enviada à família de Alencar, um dos desaparecidos. Movidos pela angústia, os familiares iniciaram as buscas por conta própria, vasculhando bunkers, galpões e depósitos subterrâneos clandestinos, até que a polícia assumiu o controle das investigações, após o surgimento de novos indícios concretos.
Buscas intensificadas com cães farejadores
Nas últimas horas, os trabalhos de busca foram intensificados com o apoio de cães farejadores do Grupo de Operações de Socorro Tático (GOST), enviados de Curitiba. A força-tarefa se concentra na Fazenda Jundiá, propriedade de Carlos Antônio Buscariolo, morador de Nova Odessa (SP), e apontado como dono do terreno que seria alvo de cobranças.
A fazenda tem cerca de 1.100 hectares e está localizada a aproximadamente 20 quilômetros de Icaraíma.
Segundo o tenente Marçal, do Corpo de Bombeiros, as áreas estão sendo mapeadas e divididas em pontos estratégicos, de acordo com as evidências reunidas até o momento. Ele destacou, no entanto, que nenhum dos cães indicou a presença de corpos até agora, e que fatores como o clima, vento e umidade podem interferir diretamente na atuação dos animais.
Família Buscariolo na mira da investigação
As investigações da Polícia Civil apontam para possíveis conexões com membros da família Buscariolo. Paulo Ricardo Buscariolo e seu pai, Antônio Buscariolo, estão atualmente foragidos. A polícia também apura o envolvimento de outros dois membros da família: Carlos Henrique e Carlos Eduardo Buscariolo.
Uma imagem obtida por câmeras de segurança mostra Carlos Eduardo entrando em um condomínio em Nova Odessa (SP) no dia do desaparecimento dos quatro homens. A defesa afirma que essa gravação comprova que ele não estava presente no local do crime.
Polícia trabalha com a hipótese de homicídio
O delegado responsável pelo caso, Thiago Andrade, afirmou que a polícia ainda investiga os motivos que levaram ao enterramento da caminhonete de uma das vítimas no local e busca entender a dinâmica exata do que ocorreu.
Apesar de ainda não terem sido encontrados os corpos, a polícia trabalha com a hipótese de que os quatro amigos foram assassinados.