Cascavel conta atualmente com mais de 48 mil idosos, o que representa cerca de 13,8% da população, de acordo com o Censo 2022 do IBGE. Esse grupo, formado por homens e mulheres que contribuíram com o desenvolvimento do município, demanda atenção, respeito e políticas públicas que assegurem qualidade de vida.
Poliana Lauther, diretora da Secretaria de Assistência Social de Cascavel, destacou que a 5ª Conferência Municipal dos Direitos da Pessoa Idosa discute propostas e melhorias para a qualidade de vida dos idosos nos âmbitos municipal, estadual e federal. Ela ressaltou que um dos grandes desafios é fazer a sociedade refletir sobre o planejamento necessário para lidar com o aumento da população idosa, impulsionado pela elevação da expectativa de vida.
Apesar dos avanços na criação de programas voltados à pessoa idosa, os desafios ainda são significativos. Muitos idosos continuam enfrentando violações de direitos, muitas vezes dentro do próprio lar.
Segundo dados do Disque 100, em 2023 foram registradas mais de 52 mil denúncias de violência contra a pessoa idosa no Brasil — uma média de seis por hora. Entre os principais tipos de violação estão:
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Negligência, responsável por 66% dos casos;
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Violência psicológica, presente em 41% das denúncias;
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Violência física, com cerca de 25% dos registros;
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Violência patrimonial, caracterizada pela apropriação indevida de bens e rendimentos dos idosos.
Com o objetivo de discutir avanços nas políticas públicas, Cascavel sediou a 5ª Conferência Municipal dos Direitos da Pessoa Idosa. O evento reuniu representantes de diversas instituições para fortalecer o debate sobre ações mais eficazes e justas de proteção, com base no Estatuto da Pessoa Idosa.
Márcio Couto, presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa Idosa de Cascavel, afirmou que o conselho não discute apenas questões de saúde, mas também temas do cotidiano, como o direito à liberdade e aos relacionamentos humanos.
Entre as principais demandas apresentadas estão o atendimento mais humanizado e a adaptação dos serviços públicos às necessidades dessa população, especialmente diante das transformações tecnológicas que impactam o dia a dia.
O presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa Idosa de Cascavel afirmou que os idosos desejam uma maior participação social e um atendimento mais humanizado, especialmente em espaços que atualmente operam de forma exclusivamente digital — uma realidade com a qual muitos ainda não estão familiarizados.