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Caso Zarhará pode ser mais um feminicídio: Brasil registra aumento em 2024

Os processos sobre feminicídios chegaram a 8.300 em 2024, cerca de 900 processos a mais do que em 2023
13 mar 2025 às 16:54
Por: Portal Tarobá

No mês de março é comemorado o dia da mulher,  porém é imprescindível falar sobre a violência contra a mulher também. Em Foz do Iguaçu, o caso de Zarhará Tormos, uma jovem universitária, tem causado grande comoção. Há dez dias, o corpo de Zarhará foi encontrado dentro de um carro, e até o momento, ninguém foi preso.


A dor da família da jovem não é um caso isolado; no Brasil, aproximadamente quatro mulheres morrem por dia vítimas de feminicídio, que é o assassinato de mulheres motivado pela violência doméstica ou pelo desprezo à sua condição feminina.


Zarhará Tormos, de 25 anos, pode entrar para as estatísticas de 2025, caso as investigações identifiquem a motivação e a autoria do crime. Seu corpo foi encontrado com as mãos e os pés amarrados no banco de trás do próprio carro. 


A última vez que a jovem foi vista foi em sua faculdade, onde cursava Biomedicina. Zarhará possuía uma medida protetiva contra seu ex-namorado, que havia a ameaçado. Ele foi ouvido pela polícia horas antes de seu corpo ser encontrado, dois dias após seu desaparecimento. No entanto, a Polícia Civil de Foz do Iguaçu ainda não prendeu ninguém e segue com diligências e depoimentos.


No último final de semana, no Dia Internacional da Mulher, familiares, amigos e apoiadores se reuniram em Foz do Iguaçu para pedir justiça, não apenas para Zarhará, mas para todas as mulheres vítimas de violência.

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A situação da violência contra a mulher no Brasil é alarmante também no âmbito judicial. Segundo levantamento do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em 2024, a Justiça brasileira registrou cerca de 960 mil processos relacionados à violência doméstica, o equivalente a 2.600 novos casos por dia. Em relação às medidas protetivas, o número foi de 827.900, enquanto os processos sobre feminicídios chegaram a 8.300. Em 2023, o total de processos envolvendo assassinatos de mulheres era de 7.400.


Esses dados revelam uma triste realidade cultural que reflete a luta pela igualdade de gênero no Brasil. Embora a Constituição Brasileira tenha estabelecido a igualdade de direitos entre homens e mulheres em 1988, essa mudança levou muitos anos para se consolidar, e ainda hoje não é plena. O Supremo Tribunal Federal (STF) só alterou as interpretações legais para afastar agressores do domicílio em 2006, e foi apenas em 2021 que a tese da "legítima defesa da honra" foi proibida em casos de violência contra a mulher e feminicídios. A partir de 2015, o feminicídio foi incluído como uma qualificadora no Código Penal, mas em 2024 se tornou um crime autônomo, com penas que variam de 20 a 40 anos de prisão. Essas mudanças na legislação são tentativas de reverter a realidade cultural de violência contra a mulher que ainda persiste no país.


A delegada Giovanna Antonucci, da Delegacia da Mulher de Foz do Iguaçu, descreve o feminicídio como "um crime anunciado", o fim de um ciclo de violência. Ela explica que a violência contra a mulher começa com atos de tensão, como gritos, insultos, xingamentos, fazendo com que a vítima se acue e se sinta culpada, normalmente essa fase começa à ir para a segunda fase, que é quando a violência se torna mais rotineira e pode até se tornar física.  A delegada também explica, porque muitas vezes mulheres registram boletins de ocorrência mas retiram logo após os casos de violência. 


''A mulher entra na terceira fase do ciclo de violência, que é o tratamento carinhoso, é o momento em que o agressor se desculpa, pede perdão e chora, muitas vezes essas mulheres também possuem uma paixão e uma dependência financeira em relação ao agressor''


Como Mudar Essa Realidade?


A violência contra a mulher pode ser moral, psicológica, física ou até mesmo financeira, e para ser combatida precisa ser denunciada. 


Em 2024, o Disque 180, canal gratuito e disponível 24 horas para denúncias de violações de direitos das mulheres, registrou 750 mil atendimentos. Porém, para que a realidade da violência contra as mulheres mude, é necessário que todos se engajem. 

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