Cascavel sempre foi uma cidade de oportunidades. Mas, nos últimos tempos, um outro retrato tem se sobreposto a essa paisagem de progresso: o da insegurança.
A luz do dia já não traz mais a tranquilidade de antes. Em esquinas que um dia foram símbolos de desenvolvimento, hoje se amontoam rostos marcados pelo abandono e pela dependência química. O ir e vir do cidadão comum se cruza, inevitavelmente, com o tráfico escancarado, a miséria à vista e o medo crescente.
O ápice desse descontrole veio na forma de uma tragédia. Um jovem, com a vida inteira pela frente, perdeu a sua num ataque brutal. O autor? Um homem que já deveria estar longe das ruas, com passagens pela polícia e um histórico de violência. Provavelmente, mais um que caiu no abismo do vício, mas que, em meio a tantos sinais ignorados, se tornou um risco à sociedade.
O que aconteceu não foi uma fatalidade. Foi um aviso. Um grito de que Cascavel, uma cidade que sempre se orgulhou de sua força, está acuada. Há tentativas de respostas, mas o problema é maior que as medidas paliativas. As ruas não são mais seguras. E o medo já não escolhe hora nem lugar.
Até quando? Essa é a pergunta que ecoa entre os comerciantes, os trabalhadores, os pais que evitam certos trajetos com seus filhos. Cascavel não pode se render ao descaso. Não pode permitir que o brilho de seu progresso seja ofuscado pelo temor. Alguma coisa precisa mudar. E precisa mudar agora.