A morte de uma menina de apenas 8 anos, no Distrito Federal,
acendeu um alerta sobre os perigos dos desafios no mundo virtual com uso do
desodorante aerossol. Sarah Raissa Pereira de Castro teria
inalado o spray por causa de um “brincadeira” criminosa na internet.
O butano,
isobutano e o propano são gases presentes no desodorante. Essas substâncias são
inflamáveis e podem levar a morte, como no caso de Sarah. O médico pneumologista
Cláudio Rezende explica como os gases podem ser prejudiciais para a saúde. “Esses
aerossóis podem causar uma irritação na via aérea. Ao entrar em contato com a
traqueia e com o brônquios eles podem causar uma reação aguda de fechamento da
traqueia e dos brônquios, impedindo a respiração. Além disso esses gases tóxicos
podem passar para a corrente sanguínea causando asfixia”, disse o especialista.
O médico
alerta ainda que o produto seja inalado, o socorro médico precisa ser acionado
o mais rápido possível.
De acordo
o instituto DimiCuida, que monitora brincadeiras perigosas na internet, desde
2014 já foram registrados 56 casos de crianças ou adolescentes que ficaram
gravemente feridos ou morreram em todo o país por conta dos desafios.
O
advogado especialista em direito digital e integrante do laboratório de crimes
cibernéticos da UEL (Universidade Estadual de Londrina), Fernando Peres, explica
que impedir o acesso de crianças e adolescentes a esses conteúdos é difícil,
mas é possível utilizar ferramentas para monitorar os acessos. “Os pais e os
responsáveis podem usar aplicativos de controle parental. É possível saber o
horário do uso, quais os aplicativos que podem e não podem ser usados e até
mesmo que palavras que não podem ser acessadas nesse celular.”
Quem
divulga, compartilha e estimula a prática de desafios na internet pode ser
responsabilizado. No caso da pequena Sarah, os envolvidos irão responder por
homicídio duplamente qualificado, em que a pena pode chegar a mais de 30 anos
de prisão.