Dois vereadores de Toledo, Edimilson Dias Barbosa e Valdomiro Nunes Ferreira, foram afastados de suas funções por 180 dias, sob suspeita de corrupção passiva. Eles são acusados de solicitar o pagamento de R$ 300 mil ao representante de uma empresa para garantir a aprovação de um projeto de lei de iniciativa do Poder Executivo. O processo, ao qual tivemos acesso, detalha conversas e ações dos investigados.
Conforme denúncia do Ministério Público, durante reunião nas dependências da Câmara Municipal, os vereadores teriam planejado a exigência da propina. Uma gravação captada pelo celular do representante da vítima registra parte da conversa. No mesmo dia, Valdomiro enviou ofício para emissão do parecer sobre o projeto, enquanto Edimilson buscou contato para informar que faria uma emenda que resultaria em acréscimo milionário ao projeto. Posteriormente, foi marcada uma reunião em que o pagamento de R$ 300 mil teria sido cobrado.
O MP aponta que os acusados utilizaram a estrutura física da Câmara, inclusive a mesa da presidência, para intimidar a vítima e reforçar sua posição, na tentativa de coagi-la a não denunciar o crime. Além disso, os vereadores teriam dito que o valor solicitado seria repartido entre outros membros do Legislativo, indicando influência política.
Com base nas evidências, foi aplicada a medida cautelar de afastamento dos vereadores, sem previsão de convocação imediata de suplentes. A sessão da Câmara que ocorre hoje à tarde será realizada com os dois vereadores ausentes.
A Câmara de Toledo também solicitou orientações ao Ministério Público sobre o pagamento dos salários dos vereadores afastados e o acesso deles ao prédio da Casa de Leis. O MP já pediu a suspensão dos subsídios durante o período do afastamento, argumentando que o salário se justifica pelo trabalho realizado, o que não ocorre no caso. Além disso, foi solicitado que ambos sejam proibidos de entrar na Câmara enquanto vigorar a medida cautelar.