O médico legista Paulo Villaça, da Polícia Científica, realizou um levantamento para identificar quantas mortes ocorreram devido a acidentes de trânsito em Londrina. A coleta de dados durou cerca de duas semanas e utilizou boletins de ocorrência, encaminhamentos hospitalares e bases de dados disponíveis.
A pesquisa revela que, das 56 pessoas que morreram no trânsito em 2024, apenas 10 eram mulheres, enquanto os outros 46 óbitos foram de homens. O levantamento também indica que a maior parte dos acidentes fatais envolve motocicletas, com 52% dos casos. A maioria das vítimas tem uma média de idade de 37 anos.
Nos atropelamentos, os idosos são as principais vítimas. Segundo Paulo Villaça, isso confirma uma percepção: "A pessoa envelhece e diminui a visão, a audição e a força física. Talvez uma pessoa mais jovem atropelada saísse com uma perna ou braço quebrado, mas o idoso perde o equilíbrio, cai, bate a cabeça e, lamentavelmente, vem a falecer."
A PR-445 foi a via com mais mortes registradas, com 6 óbitos, seguida pela Av. Tiradentes, com 3, e pelas Avenidas Leste-Oeste, 10 de Dezembro e Luigi Amorese, com 2 mortes cada. Essas vias, de grande fluxo e com limites de velocidade mais altos, são mais perigosas.
Paulo Villaça destacou que a chance de uma pessoa sobreviver a um atropelamento a 60 km/h é de 2%, enquanto, a 30 km/h, a chance de sobrevivência aumenta para 90%.
Além disso, o estudo mostra que 25% das vítimas de atropelamento eram ciclistas ou estavam alcoolizadas. O objetivo do relatório é apresentar as conclusões à Prefeitura de Londrina em busca de alternativas para tornar o trânsito da cidade menos violento.
A principal sugestão de Paulo Villaça é reduzir as velocidades nas vias e criar mais espaços para os pedestres atravessarem as ruas. Veja mais na reportagem de Tatiane Pívaro.