O ex-delegado da Polícia Federal de Londrina Elvis Secco deve assumir uma vaga com a função de adido em um país da América Latina. O local em que deve ser alocado não foi divulgado por motivo de segurança. Secco deve ficar fora do Brasil por, ao menos, três anos.
“A indicação saiu em maio, a publicação em outubro e eu só devo assumir em abril”, conta. O delegado, atualmente está em Brasília, como coordenador-geral da CGPRE, Coordenadoria de Repressão a Drogas, Armas e Facções Criminosas da Polícia Federal. Ele vê a situação como uma promoção. “As vagas são para quem mostra um bom trabalho. Vou continuar trabalhando no combate ao tráfico, mas em uma outra escala”.
Ele não acredita nas polêmicas de que a indicação para a vaga fora do país seria uma represália, ou fogo amigo dentro da própria PF, pelo pedido da criação de uma diretoria específica em que conseguisse trabalhar com mais autonomia. No centro, estaria o boato de troca de favores entre o delegado e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, do DEM do Amapá. “A indicação veio antes das fofocas”.
A cessão de um avião apreendido pela para o governo do estado do presidente do Senado foi o topo dos rumores. Segundo o pedido, de 28 de agosto de 2020, o governador do estado Antônio Waldez Góes da Silva, aponta que a aeronave seria usada pela Secretaria de Estado da Justiça e Segurança Pública em conjunto com a Secretaria da Saúde. “Ela será útil a esses dois setores estratégicos da administração pública estadual e produzindo impacto altamente positivo para a população amapaense”. A resposta com a liberação aconteceu no dia 1º de outubro deste ano.
“É praxe cedermos as aeronaves apreendidas aos estados que necessitam e que farão bom uso. Vale ressaltar que o avião também pode ser usado nas ações em que Polícia Federal necessitar. Mas é o estado que arca com a estrutura de instalações de hangar, equipe técnica e pilotos”, diz.
Ele aponta ainda que outras aeronaves já foram cedidas ao Paraná e a Goiás, anteriormente.
Números superlativos
O delegado Elvis Secco participou de grandes operações que ajudaram a catapultar o nome, a fama e as possíveis intrigas com a excessiva aparição. Durante as investigações, o alvo passou a ser a movimentação financeira de grandes organizações criminosas. Entre as apreensões, constam no currículo, iates luxuosos, carros importados, casas milionárias, o confisco de cerca de R$ 1,2 bilhão que seriam usados para lavagem de dinheiro e a apreensão de 77 toneladas de cocaína, a terceira maior da história.
A equipe comandada por Secco foi a responsável pela prisão de um dos traficantes mais procurados do mundo, Luiz Carlos da Rocha, o Cabeça Branca, durante a Operação Spectrum.