Um evento especial no
calendário de aniversário da cidade abre a programação do Festival Internacional de
Londrina – FILO, que será realizado em duas etapas – agora em dezembro e em
fevereiro de 2025, com patrocínio da Prefeitura de Londrina / Secretaria
Municipal de Cultura e Programa Municipal de Incentivo à Cultura (Promic). A
agenda comemorativa traz o espetáculo “A Aforista”, com a atriz Rosana Stavis,
além de uma residência artística com leitura dramática e lançamento do livro “A
Nação” pelo Projeto de Internacionalização de Dramaturgias. As apresentações são
gratuitas e os convites podem ser retirados de forma antecipada pela plataforma
Sympla,
a partir desta sexta-feira (6), às 10 horas.
No dia 10 dezembro,
às 20h30, no Cine-Teatro Ouro Verde, o público londrinense poderá conferir a
montagem “A Aforista”, encenada pela Cia. Stavis-Damaceno, de Curitiba, que
conquistou o Prêmio APCA 2023 na categoria Melhor Espetáculo, além do Prêmio
Shell de Melhor Figurino.
Em cena, a atriz
Rosana Stavis é acompanhada pelos pianistas Sergio Justen e Rodrigo Henrique,
que fazem um duelo musical no palco e dão o tom da narrativa, executando trilha
original criada por Gilson Fukushima. Com dramaturgia e direção de Marcos
Damaceno, “A Aforista” acompanha o turbulento fluxo de pensamento da
protagonista, que relembra os caminhos percorridos por ela e seus antigos
amigos da escola de música, enquanto segue para o funeral de um deles.
Já no dia 12 de
dezembro, às 19 horas, na Divisão de Artes Cênicas da Casa de Cultura da UEL,
será realizado o lançamento do livro e a leitura dramática da peça “A Nação”,
com direção de Fernando Zugno, de Porto Alegre. As ações integram o Projeto de
Internacionalização de Dramaturgias, realizado pela Buenos Dias, que em sua
terceira edição foca o olhar nos Países Baixos, numa parceria entre a
Plataforma BRAC, o Performing Arts Fund NL, o Nederlands Letterenfonds – Dutch
Foundation for Literature, o Consulado Geral do Reino dos Países Baixos, o
Núcleo dos Festivais Internacionais de Artes Cênicas do Brasil e a Editora
Cobogó, que publicou as obras da Coleção Dramaturgia Holandesa.
A leitura dramática
apresentará o resultado de uma residência artística que acontecerá de 7 a 11 de
dezembro, na Usina Cultural, com a participação de atores locais selecionados
pelo diretor Fernando Zugno. Um mistério é o ponto de partida da peça: em um bairro
multicultural em Haia, uma criança desaparece sem deixar vestígios. Sanguessugas
orbitam o drama familiar, vendo uma oportunidade de autopromoção. A trama se
desenrola em seis episódios inspirados em gêneros de televisão e da internet
(como o drama policial, o talk show e o documentário), numa espécie de maratona
de séries numa plataforma de streaming.
De autoria do
dramaturgo holandês Eric de Vroedt, “A Nação” foi traduzida pelo dramaturgo brasileiro
Newton Moreno e integra a proposta do projeto de expandir as fronteiras das
artes cênicas brasileiras, provocando um intercâmbio de experiências.
Realização
Como em edições
anteriores, o FILO vem sendo realizado em parceria com entidades culturais da
cidade. Este ano, a realizadora do Festival é a Usina Cultural, associação
dedicada às artes cênicas e uma das vilas culturais pioneiras de Londrina. A
coordenação geral desta edição do Festival está a cargo de Alex Lima, e a coordenação
artística é de Luiz Bertipaglia.
Alex Lima avalia como
promissora a oportunidade de a Usina Cultural estrear na função de realizadora
do FILO: “É uma parceria que une a importância histórica do Festival, o grande
fomentador de todas as artes, e da Usina Cultural, que foi a primeira vila
cultural da cidade e palco para grandes espetáculos do Festival. O FILO é essencial
na construção da identidade cultural de Londrina”, diz Lima, que garante muito
empenho e trabalho na manutenção e continuidade do Festival.
O coordenador
artístico Luiz Bertipaglia também ressalta a parceria do FILO com a Usina
Cultural. “É uma demonstração da importância das vilas culturais e seu amadurecimento
ao longo dos últimos anos. A Usina tem um currículo admirável, já formou vários
grupos da nossa cidade e, recentemente, foi contemplada em editais da Lei Paulo
Gustavo e, também como ponto e pontão de cultura na Política Nacional Aldir
Blanc de Fomento à Cultura - PNAB, municipal e estadual", destaca.
Sobre as atrações
programadas em homenagem ao aniversário de Londrina, Bertipaglia afirma que foi
uma forma de presentear o público londrinense. “Vamos encerrar o ano com duas
produções teatrais de peso, contundentes. E depois começamos 2025 com uma
programação cultural consistente, focada na diversidade e na acessibilidade”, adianta,
destacando que a segunda etapa do FILO será realizada de 6 a 16 de fevereiro do
ano que vem.
A secretária de Cultura
de Londrina, Maria de Fátima Beraldo, reforçou a importância do Promic em
garantir recursos para o desempenho da programação do Festival, que há 57 anos
faz parte da história cultural de Londrina. “O poder público tem o compromisso
de colaborar e ser agente de incentivo deste evento tão relevante”, observa. “Uma
das características importantes de Londrina é a constante propagação da
cultura. O FILO é evento, é escola, são artistas, são pessoas e é ‘Nitis’, que
colocou esta cidade do Norte do Paraná nos circuitos nacional e internacional
do teatro e de todas as artes”, conclui.