Funcionários da Casa do Bom Samaritano, em Londrina, realizaram um protesto na manhã desta quarta-feira (14) em frente à instituição, cobrando o pagamento de salários e verbas rescisórias atrasadas. A mobilização ocorre após a intervenção judicial que colocou o padre César Braga à frente da administração da casa.
O protesto foi organizado pelo SENALBA, sindicato que representa empregados de entidades sociais e filantrópicas. Segundo a entidade, cerca de 70 trabalhadores foram afetados pelas mudanças na gestão. Alguns foram demitidos no final de setembro e não receberam as verbas rescisórias, enquanto outros seguem trabalhando sem receber salários.
“Os trabalhadores trabalharam e não receberam. Tem gente com aluguel atrasado, faltando comida em casa. Essa mobilização é para chamar a atenção do interventor e da Secretaria de Assistência Social”, afirmou Vilson Melo, presidente do SENALBA. Os funcionários também reclamam da falta de comunicação com o novo interventor, sem reuniões para explicar como ficará a situação de cada trabalhador.
A situação é preocupante tanto para os empregados quanto para os idosos atendidos. Antes da intervenção, a casa abrigava 25 idosos, número que atualmente é de 17. “Eles cuidam muito bem da gente. Eu peço que paguem o salário deles, porque eles precisam, e a gente precisa deles aqui”, disse Maria Célia Rosa, uma das residentes.
O padre César Braga, interventor nomeado pela Justiça, confirmou que a Prefeitura já depositou os recursos dos salários e que os pagamentos serão efetuados assim que houver autorização judicial. Ele garantiu que os idosos continuam sendo atendidos normalmente e pediu doações de alimentos, principalmente carnes e produtos básicos, para manter a instituição funcionando.
“Estamos cuidando dos idosos e precisamos de ajuda. Quem puder doar alimentos, como carne, arroz ou feijão, pode levar até a Casa do Bom Samaritano. Vivemos de doações e contamos com a solidariedade de Londrina”, afirmou o padre.
Enquanto a intervenção judicial segue em tramitação, funcionários e abrigados aguardam que a situação se normalize o quanto antes, garantindo a continuidade do atendimento e o trabalho da equipe.