Um homem foi preso suspeito de matar a esposa recém curada de câncer e tentar simular um assalto, em São Miguel do Iguaçu, Oeste do Paraná. O caso, registrado inicialmente em 13 de setembro como roubo seguido de morte, levantou desconfiança dos investigadores, que perceberam indícios de forjamento da cena do crime.
Segundo a Polícia Civil, Adriano Forgiarini, de 37 anos, disparou contra Jaqueline Rodrigues Pereira, de 37, enquanto ela dormia, e depois atirou contra si mesmo para tentar encobrir o crime. A motivação ainda não foi esclarecida, mas o caso envolve premeditação e será investigado como feminicídio qualificado.
Jaqueline foi encontrada morta com um tiro na cabeça na área externa da casa onde vivia com o companheiro. De acordo com a Polícia Civil, Adriano teria disparado contra a mulher enquanto ela dormia. Em seguida, atirou contra si mesmo, de raspão, para forjar a cena de um latrocínio.
Segundo o delegado responsável, áudios e imagens refletidas em um vidro da casa, captadas por uma câmera de segurança, foram fundamentais para montar a linha do tempo. A análise apontou que Jaqueline foi morta por volta das 5h20 da manhã. Minutos depois, o marido usou o celular da vítima para enviar uma mensagem à família. Apenas mais de uma hora depois, disparou contra o próprio peito, superficialmente, antes de pedir socorro.
A arma do crime foi encontrada na propriedade da família. A motivação, no entanto, ainda não foi esclarecida. Adriano foi preso 13 dias depois, em um hotel da cidade.
Jaqueline havia se curado recentemente de um câncer de mama e fazia planos para recomeçar a vida ao lado do filho de 11 anos. No dia do crime, a criança não dormiu em casa, o que, segundo a polícia, reforça a hipótese de premeditação.
O inquérito deve ser concluído nesta semana, e Adriano deve ser indiciado por feminicídio qualificado, por meios que dificultaram a defesa da vítima.