A construção da nova Base Operacional de Fronteira da Polícia Rodoviária Federal (PRF) em Cascavel enfrenta um impasse burocrático que tem travado o andamento do projeto, mesmo com os recursos garantidos e o projeto já concluído. A unidade, considerada estratégica para o combate ao tráfico de drogas, armas e contrabando na região de fronteira, estava prevista para ser construída em um terreno cedido pela prefeitura, nos fundos do aeroporto da cidade.
No entanto, durante o processo de doação da área, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) vetou a transferência definitiva do terreno, alegando a possibilidade de futuras expansões no terminal aéreo. Como alternativa, a Anac sugeriu um termo de cessão de uso, o que gerou a necessidade de novos ajustes e negociações com a Transitar.
Jorge Coelho, da PRF, destacou que, durante o processo de doação, essa possibilidade de termo de cessão foi considerada. Com o veto da Anac à doação, foi sugerido um modelo de uso semelhante ao que a PRF já adota no aeroporto de Guarulhos. Jorge ainda ressaltou que a negociação deve avançar nesse sentido, respeitando a necessidade de expansão do aeroporto e seguindo os critérios estabelecidos pela Advocacia-Geral da União (AGU).
Cleber Furquim, também da PRF, destacou que a corporação já mantém unidades operacionais nas rodovias, garantindo fluidez no tráfego. No entanto, essa nova estrutura de fronteira seria diferenciada, com recursos específicos para cobrir toda a faixa de fronteira e proteger o Brasil em uma região geopolíticamente complexa.
A base de fronteira de Cascavel será a sede fixa do Núcleo de Operações Especiais da PRF. O projeto prevê uma estrutura completa, com hangar para aeronaves e um canil. O investimento estimado é de R$ 8 milhões. Reuniões entre a PRF, a prefeitura, a Transitar e representantes políticos continuam sendo realizadas para tentar destravar o processo. Na semana passada, representantes da corporação apresentaram a demanda ao senador Sérgio Moro, que se comprometeu a intervir para agilizar a liberação.
"Eu me comprometi a conversar e tentar intermediar reuniões para destravar esse investimento importante. A região de fronteira, infelizmente, é mais suscetível à criminalidade, com o tráfico de drogas, o contrabando e a violência inerente a essas atividades ilícitas. Ter uma base como essa, com enorme potencial para aumentar as apreensões de drogas e contrabando, protegerá não só a cidade, mas todo o Brasil, já que muito do que entra por aqui acaba chegando a outros estados, como São Paulo e Rio de Janeiro", afirmou o senador.