A Justiça realizou, nesta quarta-feira (20), uma ação de busca e apreensão na casa da vereadora de Londrina, Anne Moraes, ex-presidente da ADA (Associação Defensora dos Animais). A medida foi tomada após a parlamentar supostamente não apresentar documentos relacionados à entidade, conforme determinado pela Justiça.

Em vídeos divulgados pela própria vereadora, é possível ver o momento em que policiais militares e promotores de Justiça chegam à residência para cumprir o mandado. Segundo Anne, as imagens foram gravadas por um funcionário responsável pela limpeza da casa. “Eu falei que podiam entrar, mas pedi para que ele filmasse o que estava acontecendo, para eu ter uma noção do que estava se passando. Fiquei assustada porque são pessoas que eu não conheço e não sei quais são suas funções. Sei que todas mexeram nas minhas coisas particulares”, relatou.

De acordo com o Ministério Público, o mandado foi expedido em razão do descumprimento de uma decisão judicial. Anne teria sido intimada no dia 13 de maio e teria um prazo de 10 dias para apresentar os documentos da associação, o que não ocorreu, segundo o MP.

O advogado da vereadora também teve acesso a imagens que mostram a situação dos animais que, desde maio, estão sob responsabilidade da CMTU (Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização). Os registros revelam cães magros e ambientes com acúmulo de sujeira.

Anne está proibida, por decisão judicial, de intervir na retirada e transporte dos animais, além de não poder se aproximar ou acessar as instalações da antiga sede da associação. Em caso de descumprimento, a multa estipulada é de R$ 10 mil.

A vereadora comentou que espera a remoção rápida dos animais que ainda estão no quintal de sua casa, onde funcionava a ADA. 

Em nota, a CMTU afirmou que está cumprindo rigorosamente as determinações da Justiça no processo de intervenção da entidade e garantiu que os animais recebem cuidados diários, como alimentação, limpeza, medicação e acompanhamento veterinário. A companhia informou ainda que muitos animais permanecem debilitados, abaixo do peso e com doenças graves, em razão das péssimas condições em que eram mantidos. A companhia iniciou, na última semana, a transferência dos animais para um novo abrigo, com melhores condições estruturais e de higiene.