A Prefeitura de Londrina, por meio da Secretaria Municipal do Ambiente (Sema) e de uma força-tarefa multissetorial, está empenhada em normalizar a situação do Lago Igapó, que nas últimas semanas apresentou alteração na cor e proliferação de algas. Em entrevista coletiva na sexta-feira (10), o secretário Gilmar Domingues confirmou que o problema é histórico, mas foi agravado por despejos irregulares de esgoto, com detecção de índices elevados de fósforo e nitrogênio. A Sema, em parceria com a Sanepar, está utilizando dados de ligações e em breve empregará sondas de imagem subterrânea para localizar e fiscalizar pontos de contaminação nas margens.
Além da ação contra o esgoto clandestino, o município aposta na melhora natural com o aumento das chuvas e em soluções tecnológicas e científicas. A Sema já iniciou testes com micro-organismos eficazes para reduzir a carga orgânica da água e busca equipamentos de centrifugação para reter matéria orgânica e devolver água limpa ao lago. Paralelamente, a Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), com financiamento do Proverde, realiza estudos sobre cianobactérias. O professor Jorge Martins destacou que as soluções são de longo prazo, incluindo Soluções Baseadas na Natureza, como o aumento da área permeável nas residências para reduzir a poluição difusa que chega ao lago.
O secretário Domingues enfatizou que a CMTU já removeu poluentes e implantou placas proibindo a natação. Ele destacou o controle das “alfaces-d’água”, que ajudam a retirar poluentes, mas precisam de remoção controlada. A Prefeitura de Londrina também planeja a elaboração de um Plano Diretor de Drenagem Urbana para prevenir episódios de poluição e busca parceria com o IAT para monitorar a nascente do Ribeirão Cambé, em Cambé. A força-tarefa segue recomendações científicas para recuperar gradualmente a qualidade da água e restaurar o equilíbrio ambiental do Lago Igapó.