A Tarobá recentemente exibiu a história do macaco Tiba, um animal muito conhecido na cidade de Serranópolis do Iguaçu, no Oeste do Paraná. Tiba, na verdade uma fêmea de macaco-prego (Sapajus nigritus), viveu por 35 anos com a família de dona Joice, sendo considerada parte da família. No entanto, foi retirada da residência pelo Instituto Água e Terra (IAT) sob a justificativa de maus-tratos.
A retirada aconteceu recentemente, mas a comoção teve início meses atrás, quando o IAT notificou a família após constatar o que classificou como um “ambiente sujo e inadequado” para o bem-estar do animal. Desde então, dona Joice vive momentos de angústia e tristeza, tendo dificuldades em aceitar a ausência de sua companheira de tantos anos.
Na pequena cidade de Serranópolis, com pouco mais de 5 mil habitantes, a maior parte da população apoia a devolução do animal à família, argumentando que Tiba sempre foi tratada com carinho e fazia parte do cotidiano local.
Por outro lado, o IAT afirma estar cumprindo a legislação ambiental. Segundo o órgão, manter animais silvestres em cativeiro doméstico exige autorização específica, além de condições adequadas de manejo e estrutura. A família chegou a ser multada, mas, conforme um acordo, Tiba pôde permanecer na casa até que o instituto encontrasse um local apropriado para abrigá-la.
O caso teve uma reviravolta curiosa. Além de retirar Tiba, o IAT anunciou que vinte macacos-prego, provenientes de abrigos clandestinos em diferentes regiões do Paraná, ganharam um novo lar no Zoológico Municipal de Curitiba, nesta quarta-feira (14). Após uma bateria de exames de saúde, procedimentos de microchipagem e castração dos machos, os animais foram transferidos para o zoológico.
Foi nesse processo que se descobriu que Tiba, na verdade, é uma fêmea. Agora, ela está incluída nesse grupo de primatas que passarão por duas semanas de aclimatação, longe da visitação pública. Depois desse período, os macacos terão acesso a uma ampla ilha, equipada com brinquedos, estrutura segura, alimentação adequada e cuidados especiais para que possam reaprender a viver em grupo – um dos muitos desafios enfrentados por animais criados em ambiente doméstico sem autorização ambiental.
Enquanto isso, a família que era tutora de Tiba segue mobilizada em busca de uma solução para tentar reaver o companheiro de tantos anos.