Na segunda-feira (15), a Prefeitura de Londrina e o Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA) lançam a campanha Maio Laranja de 2023. A campanha alude ao Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual contra Crianças e Adolescentes, instituído em 18 de maio, e incentiva que a população denuncie agressões físicas, sexuais ou emocionais para os canais Disque 100 ou 125. O lançamento da campanha será às 9h, no auditório da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) Subseção Londrina, localizada na Rua Governador Parigot de Souza, 311.
Este ano, a campanha Maio Laranja traz o mote “Nem todo esconde-esconde é brincadeira”, já que a maioria dos casos de violência contra o público infantojuvenil ocorre dentro do lar e é cometida por familiares ou pessoas próximas das crianças e adolescentes. Dados da edição 2022 do Anuário Brasileiro de Segurança Pública apontam que, entre os crimes de estupro de vulnerável registrados no país e envolvendo menores de 13 anos de idade, 82,5% foram cometidos por um conhecido da vítima, sendo que sendo que 40,8% eram pais ou padrastos e 37,2% irmãos.
Outro dado indicou que 76,5% dos estupros sofridos por crianças e adolescentes de até 13 anos ocorreram dentro de casa. Só em 2021, o Disque 100 registrou 119,8 mil denúncias de violências contra crianças e adolescentes, sendo 18.681 de violência sexual.
As peças publicitárias da Campanha Maio Laranja serão exibidas a partir de terça-feira (16), com divulgação em redes sociais, canais de televisão e emissoras de rádio, outdoor e busdoor, nos ônibus do transporte coletivo da cidade.
Após o lançamento, a psicóloga Cristina Fukumori Watarai conduzirá a palestra “A violência contra crianças e adolescentes: possibilidades e desafios do trabalho em rede”. Watarai atua no Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente Vítimas de Crimes (Nucria) de Londrina, e é coautora dos livros que integram o Projeto Tartanina, voltado ao público infantil e que visa a prevenção e proteção do abuso sexual.
Segundo a presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, Magali Batista de Almeida, a iniciativa pretende não só divulgar os canais para formalização de denúncias, mas também informar e orientar a população. “Temos observado um número alto de denúncias que chegam via Conselho Tutelar ou por meio da Coordenadoria de Mediação e Ação Intersetorial, da Secretaria Municipal de Educação. E, por isso, vimos a necessidade de alertar a população em geral”, afirmou.
Além do abuso sexual e a exploração infantil, que possuem um enfoque maior no Maio Laranja, outros tipos de violência também são violações dos direitos das crianças e adolescentes. Agressão física, surras, ofensas e xingamentos, humilhação, negligência física ou emocional são alguns dos exemplos. “Com essa campanha queremos conscientizar a sociedade, informando o que é e como se dá uma violência contra criança. Essas violências geram consequências físicas e emocionais que perduram para o resto da vida, e é preciso estar atento aos sinais e denunciar”, acrescentou Almeida.
Em Londrina, são disponibilizadas cinco unidades setoriais do Conselho Tutelar. Além do telefone 125, a comunidade pode entrar em contato diretamente com a unidade mais próxima, por telefone ou presencialmente. A lista de endereços pode ser conferida no Portal da Prefeitura. E em âmbito nacional, o Disque Direitos Humanos – 100 é o canal da Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos que também recebe denúncias de violações de direitos das crianças e adolescentes.
Ato Público – No próximo sábado (20), o CMDCA realiza o Ato Público de Combate à Violência Sexual contra crianças e adolescentes. A atividade inicia às 8h, com ponto de concentração em frente ao Cine Teatro Ouro Verde, no Calçadão, e a caminhada seguirá até a Concha Acústica, na Praça 1° de Maio.
Está prevista a participação de diversas entidades, órgãos e serviços voltados à proteção dos direitos da criança. A programação inclui apresentações culturais, manifestações e ações lúdicas para sensibilizar a comunidade sobre o Mês de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes.
