A Guarda Municipal de Cascavel divulgou nas redes sociais, nesta semana, um vídeo que mostra o depoimento de um morador de rua abordado nas proximidades da rodoviária da cidade. Na gravação, o homem afirma que vive nas ruas há muito tempo, que é usuário de diversas drogas, especialmente o crack, e que não tem interesse em buscar internação.
Durante o relato, o homem revela que consegue arrecadar valores consideráveis por meio de esmolas: em dias bons, chega a conseguir até R$ 1.000. Já em dias fracos, a média varia entre R$ 50 e R$ 150. Ele também disse receber R$ 600 do Bolsa Família, mas que o valor “não dura um dia”. Segundo ele, a maior parte do dinheiro obtido nas ruas é usada para a compra de entorpecentes.
O morador também destacou que o comércio de drogas ocorre abertamente no centro de Cascavel e, embora viva nessa realidade, afirmou que não pratica furtos nem roubos.
A publicação da Guarda Municipal chama atenção para o ciclo de dependência química, pobreza e exclusão social enfrentado por muitos moradores de rua. “O dinheiro acaba se tornando a máquina que alimenta o tráfico de drogas, sendo controlado por muitos deles”, diz trecho da publicação.
A corporação afirma ainda que grande parte dos valores arrecadados por esses indivíduos tem origem em auxílios governamentais e em doações da população. Porém, sem alternativas concretas, muitos acabam perpetuando um estilo de vida marcado pela vulnerabilidade social e emocional, além da dependência química.
Confira a publicação da Guarda Municipal de Cascavel na íntegra:
“Você já se perguntou qual é a perspectiva de um morador de rua? Alguns pontos foram exemplificados no vídeo acima. O dinheiro acaba se tornando a máquina que alimenta o tráfico de drogas, sendo controlado por muitos deles. Esse valor é arrecadado, em grande parte, por meio de auxílios governamentais. No entanto, esses recursos não são suficientes para cobrir as necessidades mensais, o que leva os moradores de rua a se submeterem à solicitação de esmolas da população.
Essa realidade é extremamente triste, pois reflete não apenas a falta de recursos financeiros, mas também a vulnerabilidade social e emocional das pessoas que enfrentam essa situação. Para muitos, a rua é um lugar de sobrevivência, e o ciclo de dependência de esmolas e de envolvimento com o tráfico de drogas se perpetua por falta de alternativas viáveis, porém, alguns, mesmo diante de tais adversidades, preferem por ficar nesse ciclo vicioso.”