O Norte
Pioneiro do Paraná começou a receber nesta sexta-feira (11) as oficinas da
Operação Rondon 2025. Até o próximo dia 22, quatorze cidades serão visitadas
por equipes de professores e alunos de universidades estaduais e privadas para
atendimentos e cursos de formação em diversas áreas como saúde, cultura, meio
ambiente e trabalho.
A
cerimônia de abertura da operação aconteceu nesta quinta-feira (11), no município
de Bandeirantes, no norte do Paraná e contou com a tradicional Outorga do
Chapéu.
O professor
Mário Cezar Lopes, da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), conduziu o
juramento e a Outorga do Chapéu, um dos momentos mais tradicionais da operação.
“O chapéu é o símbolo do Rondonista e representa o compromisso para que ele não
esqueça que está em uma comunidade e tem que fazer a diferença”.
Nesta
sexta-feira (11), as equipes das universidades estaduais e parceiras já saíram
para a realização das primeiras oficinas. Em Cornélio Procópio, um dos
trabalhos reuniu professores da rede pública e da Apae para um treinamento de
RCP, desengasgo e afogamento. Uma aluna de
enfermagem e um aluno de medicina conduziram a capacitação, com demonstrações
práticas de compressões torácicas e manobras de Heimlich. “O feedback foi muito
positivo. Alguns relataram já ter vivenciado essas situações nas escolas e disseram
que essa capacitação era urgentemente necessária”, disse o professor do curso
de Enfermagem da UEM, Pedro Bossonario.
Em
Leópolis, uma das oficinas realizadas foi de saúde bucal. “Queremos mostrar que
as crianças podem cuidar da própria saúde. Usamos objetos lúdicos e entregamos
kits com escova e pasta. Muitos não têm acesso a essas informações básicas”,
explicou a estudante Kawany Tayna, da UEM, que coordenou a oficina.
Operação Rondon
Assim
como em Cornélio Procópio e Leópolis, a Operação Rondon Paraná 2025 também
começou em mais 12 cidades do Norte Pioneiro: Barra do Jacaré, Quatiguá, Nova
Fátima, Nova América da Colina, Nova Santa Bárbara, Congonhinhas, Santa Amélia,
São Sebastião da Amoreira, Rancho Alegre, Joaquim Távora, Guapirama e
Itambaracá.
A
Operação Rondon Paraná 2025 é um programa de ações multidisciplinares de
ensino, pesquisa e extensão, realizadas de forma interinstitucional em
municípios paranaenses que apresentem desafios. O evento é financiado pelo
Governo do Estado e apoiado pela Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti-PR).
O
trabalho segue o modelo implantado pelo governo federal, que acontece
especialmente nas regiões Norte e Nordeste do país e é coordenada pelo
Ministério da Defesa. Dentre as áreas temáticas das oficinas a serem
desenvolvidas a partir desta sexta-feira (11), estão cultura, educação, saúde,
meio ambiente, tecnologia e trabalho.
A
edição 2024 atendeu 11 municípios e contou com 878 ações e 40 mil beneficiados
na região Centro-Sul. Em 2025, com 4 municípios a mais, Sandra Ferreira,
coordenadora do Rondon no estado do Paraná, contextualiza este aumento. “Nós
estamos na terceira edição da operação e, cada vez mais, temos tido aderência.
Novos municípios estão vindo, a operação está se tornando conhecida e é um
evento que é muito querido e disputado pelos municípios. Tanto que esse ano,
nós tivemos mais municípios interessados”. Segundo a coordenadora, em 2025, as
cidades foram elencadas pelo IDH, e estão a até 100 km de distância da sede
regional, no caso Jacarezinho.
O Secretário da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Estado do Paraná (SETI), Aldo Bona, disse que neste ano o investimento no projeto é de R$ 2,7 milhões. “É um investimento que mobiliza mais de 350 pessoas, em 14 municípios, tem toda a logística implicada também. É um conjunto de recursos importante para que a operação possa acontecer com segurança e qualidade.”
As
oficinas do Projeto Rondon 2025 vão ficar a cargo de professores e alunos de
sete universidades estaduais: Universidade Estadual de Londrina (UEL);
Universidade Estadual de Maringá (UEM); Universidade Estadual de Ponta Grossa
(UEPG); Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste); Universidade
Estadual do Centro-Oeste (Unicentro); Universidade Estadual do Norte do Paraná
(UENP); e Universidade Estadual do Paraná (Unespar).
Junto a elas no trabalho, estarão as universidades parceiras: Universidade Paranaense (Unipar); Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), câmpus Francisco Beltrão e Ponta Grossa; Centro Universitário de Cascavel (Univel); Centro Universitário Ingá (Uningá), de Maringá; Instituto Superior do Litoral do Paraná (Insulpar); Faculdade de Apucarana (FAP).
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Extensão e políticas públicas
Fabiano
Zanatta, prefeito de Barra do Jacaré (PR), uma das cidades que acolherá a
operação, destacou o caráter primordial das oficinas preparadas para o
município. “A partir da visita precursora, foram levantados os problemas reais
que temos. São oficinas que atingem o objetivo do município, e agora o trabalho
é conosco e com a equipe, de fazer uma grande mobilização, para que a gente
tenha uma boa participação nas ações do Rondon”.
Antes
de ser prefeito, Zanatta foi professor na Universidade Estadual do Norte do
Paraná (Uenp). Na ocasião, foi rondonista nacional. Para ele, “a principal
função do Rondon é transformar o saber acadêmico em um saber estruturado pela
práxis. Isso é fantástico e tem um impacto transformador na elaboração e na
condução das políticas públicas”.