No seu concerto de encerramento do ano, a Orquestra Acadêmica Bravi promove um inusitado encontro entre dois compositores que se destacaram em países diferentes, em tempos diversos e em dois movimentos estéticos opostos: o célebre gênio clássico Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791), da Áustria, e o italiano Ottorino Respighi (1879-1936), compositor menos conhecido ligado às tendências ultrarromânticas. “Uma ária para Mozart” será apresentada nesta terça-feira, dia 12 de novembro, às 20 horas, no Teatro AML Cultural (R. Maestro Egídio Camargo do Amaral, 130), bem em frente à Concha Acústica. Os ingressos são limitados e estão disponíveis pelo site orquestrabravi.com.br pelo valor de R$80 e 40 (meia-entrada). Caso haja lugares, os bilhetes também serão vendidos na portaria do teatro. A autoclassificação é livre.
Da intensa produção de Mozart, o diretor artístico da Orquestra, Jhonatan Santos, selecionou a “Pequena Serenata Noturna” (Eine kleine Nachtmusik, em alemão). Composta em 1787, a obra só foi publicada postumamente, em 1827, permanecendo desde então como uma de suas peças mais conhecidas – e não se sabe se ela chegou a ser tocada quando o austríaco era vivo. Na era das redes sociais, mais recentemente, a partitura se tornou viral, como fundo musical de vídeos de desafio, conquistando novas gerações. Composta originalmente para cordas, a obra adequou-se bem à constituição da Orquestra Bravi, já que seus 15 músicos executam apenas cordas friccionadas. O público presente vai conferir os quatro movimentos pensados por Mozart: I-Allegro, II-Romanze, III-Menuetto e IV-Rondó.
Embora não haja acompanhamento vocal, como acontece com as árias tradicionais das óperas, o nome escolhido para o concerto refere-se à maestria com que o compositor empregava os timbres instrumentais: “Nas obras para instrumentos, com movimentos lentos, Mozart é tão genial que coloca o instrumento quase como se fosse um cantor, as linhas melódicas são como árias, além de que é abundante a quantidade de obras para formação vocal camerística ou de ópera”, explica o diretor. Ao pensar o repertório deste concerto, Jhonatan Santos retomou esta informação e como o trabalho de compositores posteriores e distantes de Mozart foi influenciado por ele - como é o caso de Ottorino Respighi.
Respighi domina a segunda parte da noite, quando a Orquestra executa a Suíte nº3 das “Árias e Danças Antigas” (1931), sua criação mais conhecida. Embora produzisse no início do século XX, o italiano foi fortemente inspirado pela tradição de seu país natal, sendo classificado como ultrarromântico. “Na sua composição, ele seguiu olhando mais para o passado, embora tenha tido aulas com a vanguarda daquele período, como Ravel e Strauss”, pontua Santos. O apego nacionalista aparece nas quatro partes da suíte: I – Italiana, II – Árie di Corte, III-Siciliana e IV – Passacaglia.
O concerto é independente e conta com apoio da Rádio UEL FM e AML. A produção é de Thalita Deldotti e da Flua Cultura. Os músicos que integram o concerto são Jhonatan Santos, Marcelo Ramos, Sophia Ketterer, Denise Furtado, Nátalie Nietsche, Daniel Kenzo, Débora de Paula, Matheus Taichi Otuyama, Rodrigo Salvadego, Miriam de Souza, Karen Milleny, Fernando Campaner, Rose Taques, Fernanda Monteiro e Célio Matias. A Orquestra Bravi foi fundada em 2017 e, desde então, reúne em Londrina profissionais e estudantes em um trabalho contínuo de estudo e pesquisa do repertório de cordas eruditas (como viola, violino, violoncelo e contrabaixo) e seus caminhos de popularização.