Serão assinados nesta segunda-feira (16), às 10h, no gabinete do prefeito Marcelo Belinati, os primeiros contratos de compra e venda dos lotes da Cidade Industrial. Todos os 39 arrematantes da primeira etapa do leilão, realizada de 8 a 13 de novembro, e os oito arrematantes da segunda, que ocorreu nos dias 11 e 12 de dezembro, foram convidados para a solenidade.
Dos 52 lotes do condomínio que está sendo construído na região noroeste da cidade, perto do limite com Cambé, somente cinco não foram vendidos. Até agora, a Secretaria Municipal de Gestão Pública elaborou 25 contratos, que serão assinados pelo prefeito Belinati, pelo presidente do Instituto de Desenvolvimento de Londrina (Codel), Fábio Cavazotti, e pela secretária de Gestão Pública, Juliana Rodrigues.
A Codel estima que todos os contratos serão assinados nos próximos 30 dias. Após a assinatura, os arrematantes passarão a receber os boletos para pagamento dos lotes, que poderá ser feito em 36 vezes (com entrada de 15%). Os primeiros pagamentos deverão ocorrer em até 15 dias da emissão dos boletos.Os empresários têm 12 meses para começar as obras e 24 meses para dar início às atividades.
O leilão arrecadou R$ 42 milhões no total. Os valores serão depositados numa conta aberta pela Prefeitura em nome do Fundo Municipal de Incentivo ao Desenvolvimento Econômico e Industrial (FMIDEI), criado na administração do prefeito Marcelo Belinati. Sob gestão da Codel e outros órgãos, o FMIDEI só poderá ser utilizado para projetos de desenvolvimento econômico e atração de empresas para Londrina.
Mais espaço e segurança
Segurança, espaço maior, melhores condições logísticas, além do preço dos terrenos são algumas das razões apresentadas pelos empresários para participarem do leilão dos lotes da Cidade Industrial de Londrina.
Uma das primeiras a assinarem o contrato de compra e venda na segunda-feira será a Sanre, empresa hoje instalada em Cambé, que se dedica à importação, produção e comércio de roçadeiras e motosserras. Ela ocupa uma área de cerca de 700 metros entre um barracão e duas salas.
Segundo o empresário Sandro Lima Soares, a necessidade de maior espaço foi determinante para a mudança. O terreno arrematado por ele tem 2,4 mil metros quadrados. “A segurança de ir para um condomínio também é algo muito importante. Consideramos também que teremos lá outras empresas que atuam no mesmo segmento que a gente”.
Realizando constantes operações de importação, a empresa enfrenta dificuldades para a manobra de caminhões na avenida onde está localizada, no centro de Cambé. “É sempre um transtorno ter de manobrar um Scania aqui na nossa sede atual. Isso é outra coisa que a gente sabe que vai ficar bem mais fácil na Cidade Industrial”.
Soares conta que visitou mais de 10 locais visando à mudança da empresa antes de participar do leilão. Ele destaca que o preço cobrado pelo Município na Cidade Industrial é muito atrativo. “Achei bastante razoável, tendo em vista outras propriedades onde estive”.
Como incentivo previsto na lei municipal 5.669, o metro quadrado do condomínio foi ofertado no leilão por R$ 181,73, metade do valor de mercado calculado pela Comissão Permanente de Avaliação da Prefeitura do Município de Londrina.
A Sanre foi fundada em 2014 como uma complementação dos negócios que o empresário mantém na Europa, onde morou por 25 anos. Parte dos equipamentos que a empresa vende já vem pronta da China. Outra parte é montada no Brasil. No momento, o empreendimento emprega 15 pessoas, quadro que deve aumentar com a mudança.
Fábrica de móveis
Outra que irá assinar o contrato na segunda-feira é a empresária Ana Beatriz Martins Lopes, da IN Nato Móveis e Decorações. Ela conta que vai ampliar sua produção e incluir novos itens em seu portfólio quando estiver instalada na Cidade Industrial. Atualmente, a empresa funciona num imóvel de 500 metros quadrados no Jardim Colúmbia e vai para um lote de 2 mil metros quadrados no condomínio. “Vamos construir um barracão de 1.200 metros quadrados”, conta.
A IN Nato, que produz móveis como poltronas, cadeiras e mesas de alto padrão, foi criada há dois anos e meio, mas Ana Beatriz empreende no ramo há mais de 15 anos. “Já estávamos procurando uma área maior, quando soubemos do leilão. Resolvemos comprar o lote por toda a estrutura maravilhosa que teremos lá e pelo incentivo que a Prefeitura vai nos conceder”, afirma. Com base na lei municipal 5.669, o Município vai conceder 10 anos de isenção de IPTU às empresas da Cidade Industrial.
Além do preço do lote, que ela considerou “muito interessante”, outro motivo para a mudança é de ordem logística. “Hoje, quando chega um caminhão (de matéria-prima), e a gente trabalha com caminhões muito grandes, acaba interrompendo o trânsito aqui em frente. É um transtorno muito grande. Lá, será muito mais fácil para os caminhões manobrarem.”
A fábrica emprega hoje 15 pessoas e deve abrir outras vagas quando estiver na Cidade Industrial. “Essa é a ideia”, declara.