A professora do Departamento de Ciências Sociais da Universidade Estadual de Londrina (UEL) Maria Nilza da Silva assumiu recentemente a função de gerente de projetos na Secretaria de Educação Superior (Sesu), do Ministério da Educação (MEC). Ela foi cedida pela UEL após receber o convite do secretário do órgão, Alexandre Brasil Carvalho da Fonseca.
Na Sesu, Maria Nilza irá contribuir com a elaboração da Política Nacional de Educação Superior, que tem a coordenação da Secretaria juntamente com a Secretaria Executiva (SE) do MEC. “A Sesu é uma Secretaria bastante demandada, então além de exercer várias atividades e acompanhar outros projetos, minha principal função é contribuir para a formação da equipe, o planejamento e demais atividades para levar a termo a proposta de criação de uma Política Nacional de Educação Superior, cujo texto deverá estar pronto no final de 2025”, afirma a professora.
Para assumir a função no MEC, a pesquisadora teve que ser cedida pela UEL, onde desenvolve suas atividades há mais de duas décadas. “Estou muito contente com essa possibilidade que a atual gestão da UEL me concedeu, de poder ter essa experiência de contribuir com algo que é tão importante, que é tão caro para mim, que é a educação superior”, comenta Maria Nilza.
História na UEL e a defesa das ações afirmativas
Maria Nilza da Silva chegou na UEL em 1998, onde cursou a especialização em Ciências Sociais e defendeu a monografia “Mulher e gênero na visão das empresárias do setor imobiliário de Londrina”. Entre 2004 e 2006, foi coordenadora do Núcleo de Estudos Afro-Asiáticos (NEAA), para onde retornou na mesma função, entre os anos de 2013 a 2022. Foi neste período que o núcleo passa a se chamar Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros (NEAB), como é conhecido atualmente.
Ainda no núcleo, Maria Nilza esteve à frente da construção da sede, a Casa Yá Mukumby, entre os anos de 2015 a 2018. “Desde minha primeira passagem pelo núcleo, tenho estudado as ações afirmativas e tem sido uma das minhas preocupações, não só de acompanhamento, mas de produção científica nessa área. Tenho trabalhado nessa questão do acesso, da permanência e da discussão do aperfeiçoamento da Política de Ação Afirmativa, que é uma política que até hoje foi a que mais impactou para a melhoria da vida da população negra”, diz a pesquisadora.
Já no ano 2000, Maria Nilza criou o Laboratório de Cultura e Estudos Afro-Brasileiros e Africanos da UEL (Leafro), no qual continua como coordenadora, mesmo cedida para o MEC. Segundo a pesquisadora, no momento o Leafro desenvolve uma pesquisa com as universidades estaduais de todo o país, cujo objetivo é fazer uma análise sobre a produção acadêmica relacionada às questões étnico-raciais, assim como aferir o acesso e a permanência de estudantes negros na pós-graduação. Esse projeto foi aprovado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e pela Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização de Jovens e Adultos, Diversidade e Inclusão (Secadi), vinculada ao MEC.
Maria Nilza não esconde a satisfação de ter construído sua carreira na UEL: “São mais de 26 anos desenvolvendo atividades de formação de professores, de pesquisa, vários projetos com a temática étnico-racial e também a formação de estudantes. Tenho ex-orientandos que já são professores de instituições públicas e privadas, trabalhando com essa questão étnico-racial no âmbito da Sociologia”, menciona a professora.