Quem tentou atravessar do Brasil para o Paraguai nesta sexta-feira (14) enfrentou longas filas na Ponte da Amizade, que liga Foz do Iguaçu a Ciudad del Este. O principal motivo é um protesto de caminhoneiros paraguaios, motivado por uma possível mudança nas regras de transporte na fronteira.

A manifestação bloqueou parcialmente a aduana paraguaia. Segundo representantes da categoria, as alterações previstas podem afetar empregos de centenas de trabalhadores, que dizem estar sendo excluídos do diálogo.

De acordo com a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), o modelo vigente desde 2017 foi criado para cargas de subsistência, permitindo transporte de até 5 km além da fronteira. O problema, segundo o órgão, é que o acordo vem sendo utilizado para movimentar cargas maiores e diferentes do estipulado.

O acordo entre Brasil e Paraguai pode ser revisto até março de 2026. Caso não haja consenso, transportes fora das normas internacionais poderão ser suspensos.

Além do protesto, outros fatores contribuíram para o aumento do trânsito, como a pré-Black Friday, a aproximação do final de semana e o período de férias. A Ponte da Amizade, considerada a fronteira mais movimentada da América Latina, registrou filas extensas. Enquanto isso, a segunda ponte Brasil-Paraguai, pronta há mais de dois anos, permanece fechada devido a atrasos nas obras de acesso, na chamada Perimetral Leste de Foz do Iguaçu.