O Brasil produz mais de 80 milhões de toneladas de lixo por ano, sendo que quase 40% desse total poderia ser reciclado. No entanto, menos de 5% é, de fato, reaproveitado. A principal causa dessa baixa taxa de reciclagem é a falta de informação sobre como separar corretamente os materiais recicláveis.
Papéis, plásticos, vidros e metais são os quatro principais materiais que podem ser reciclados. Porém, nem todo papel ou plástico é reciclável, e saber identificar esses casos é fundamental para facilitar o trabalho de coleta e triagem feito por profissionais e cooperativas.
O técnico ambiental Lucas Fenerick Biondi usou como exemplo o plástico que envolve bandejas de ovos. Apesar de ser um tipo de plástico, ele é feito de um material popularmente conhecido como “plástico estralador”, que atualmente não é reciclado. Outro exemplo são os materiais metalizados, como embalagens de ovos de Páscoa, que também têm baixa reciclabilidade.
Outro fator que impossibilita a reciclagem de um material é o fato de ele estar sujo ou contaminado. Por isso, o simples ato de lavar uma embalagem antes de descartá-la pode fazer toda a diferença para o meio ambiente.
Quando os materiais descartados não estão adequados para a reciclagem, acabam sendo encaminhados ao aterro sanitário do município. Em Cascavel, segundo dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento, a cidade possui coleta seletiva de resíduos sólidos e recupera 2,54% do total coletado — índice que supera a média nacional.
Nos últimos meses, o Ministério Público notificou empresas locais, exigindo a apresentação de seus planos de logística reversa — um processo que busca garantir que materiais como plásticos e papelões retornem do ponto de consumo ao ponto de origem, para que possam ser reutilizados, reciclados ou descartados de maneira ambientalmente adequada.
A engenheira ambiental Bruna Saara destacou que o Paraná é pioneiro na implementação de práticas de logística reversa, mas alertou que empresas que colocam embalagens com marca no mercado precisam se adequar às exigências dessa política.
Um exemplo positivo é o de uma empresa local que adotou práticas sustentáveis no dia a dia, mostrando que pequenas atitudes geram grande impacto. A iniciativa comprova que não é necessário fazer grandes investimentos para contribuir com o meio ambiente — basta adotar novos hábitos e assumir a responsabilidade ambiental.
O gestor de marketing da empresa, João Henrique, explicou que as ações envolvem desde a coleta e transformação de óleo em biocombustível até práticas mais simples, como a coleta de tampas, lacres e a separação correta dos resíduos por meio da coleta seletiva.