Chegam em Londrina, nesta quarta-feira (3), peças gigantes que vão compor a Unidade de Secagem Térmica de Lodo da Sanepar na Região Metropolitana do município. A unidade está em fase de implantação na Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Sul, localizada no Parque Estadual João Milanez, no final da Avenida Europa, na região sul da cidade.
O investimento é de R$ 54 milhões e conta com financiamento do banco alemão KfW, numa linha voltada à redução de emissões de gases de efeito estufa. A obra faz parte do Programa Paraná Bem Tratado, que visa melhorias em ETEs da Sanepar.
A principal peça da obra é o tambor secador de lodo Bruthus, feito em aço, com 18 metros de comprimento, 4,3 metros de diâmetro e 43 toneladas. O sistema de secagem tem ainda um gerador de gases, que mede 6 metros de comprimento, 3 metros de largura e pesa 40 toneladas.
Para ter ideia da dimensão, os 18 metros do tambor equivalem a dois ônibus urbanos enfileirados ou à altura de um prédio de seis andares. O gerador de gases equivale a um caminhão-cegonha.
Todas as peças têm know-how e patente registrada pela Albrecht Equipamentos Industriais Ltda. e saíram da fábrica em Joinville (SC), em dois caminhões com batedores para sinalizar e dar segurança ao deslocamento.
A instalação exige operação logística especial. Já na chegada a Londrina, em ponto estratégico, dois guindastes serão usados para transferir os equipamentos até a ETE Sul, cujo acesso fica em trecho não asfaltado.
A Unidade de Secagem Térmica de Lodo terá capacidade de 5 toneladas por hora, atendendo seis ETEs da Sanepar: quatro de Londrina, uma de Cambé e uma de Tamarana. O secador térmico Bruthus reduz cinco caçambas de lodo úmido para uma de lodo seco ou 10% em cinzas, diminuindo a necessidade logística.
O gerente de Convênios e Parcerias da Sanepar, Eduardo Sabino Pegorini, acompanha a instalação e destaca a implantação de estruturas para coleta, armazenamento e tratamento do biogás, que será usado como combustível no processo.
“A obra contempla a visão da Sanepar de alinhar operações a conceitos de ETEs Sustentáveis, aproveitando subprodutos e minimizando impactos ambientais e sociais”, afirma.
A obra, iniciada em agosto de 2024, tem 900 dias de duração, com pré-operação e operação assistida a partir de abril de 2026.
RARIDADE – Só existem seis equipamentos como este no Brasil. Apenas dois operam com biogás e lodo de esgoto: um em Minas Gerais e outro na ETE Atuba Sul, da Sanepar, em Curitiba.
INOVAÇÃO – O projeto teve origem em pesquisa com instituições do Paraná e do Brasil, em parceria com a GIZ (Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit). A obra é realizada pelo consórcio RAC Engenharia e Albrecht, fabricante que desenvolve tecnologia de aproveitamento energético de resíduos há mais de 20 anos.