No campo, toda nova safra começa com uma semente. Invisível aos olhos, o que acontece debaixo da terra revela sua força quando a planta brota e mostra, pela produtividade, do que a tecnologia é capaz. E é nas sementes, cada vez mais resistentes, que começa a missão de produzir alimentos para o mundo.
Dentro de uma semente cabe muito mais do que parece: uma promessa de crescimento que envolve um longo processo de pesquisa e melhoramento genético. É assim que nasce um cultivar, uma variedade desenvolvida a partir de linhagens cruzadas para alcançar características específicas.
Depois da pesquisa, entra em cena a indústria sementeira, responsável por produzir em escala. No Paraná, segundo a Apasem (Associação Paranaense dos Produtores de Sementes), 70% dos associados são cooperativas, que têm papel essencial nesse processo. As sementes passam por uma criteriosa seleção: o formato deve ser arredondado, o tamanho precisa ser uniforme e as mais leves, que podem estar danificadas, são descartadas. O resfriamento também é fundamental, já que as sementes são sensíveis ao calor.
Mas mesmo depois de ensacadas, ainda não é hora de seguir para o campo. Cada lote passa por semanas de testes rigorosos para garantir vigor, pureza e germinação. Em Cascavel, as análises complementam o trabalho iniciado em Pato Branco, no Sudoeste do Estado. Profissionais experientes, como Renita, que atua há quase 50 anos no setor, ajudam a refinar ainda mais esse processo.
A última etapa é o tratamento da semente: uma coloração característica que representa uma camada extra de proteção para enfrentar os desafios do solo.
Todo esse cuidado garante uma semente pronta para entregar ao produtor o melhor desempenho no campo. Mas, apesar de tantos avanços, a cadeia produtiva ainda enfrenta obstáculos. E é sobre esses desafios que você vai saber mais amanhã, no terceiro e último episódio da série.