Uma semana após o escândalo do golpe no INSS vir à tona, aposentados e pensionistas seguem em busca de respostas. A investigação, conduzida pela Polícia Federal e pela Controladoria-Geral da União, aponta que mais de 6,5 milhões de beneficiários teriam descontos indevidos em folha de pagamento, supostamente com a participação de servidores do próprio INSS e por meio de sindicatos e associações.
Entre as principais dúvidas dos aposentados está como identificar se foram vítimas do golpe. Foi o caso do seo Valdir. Ao analisar o extrato de sua aposentadoria, ele percebeu um desconto de R$ 40 a partir de fevereiro, valor que não autorizou. No documento, o valor aparece como crédito bancário consignado, o que levanta suspeitas, embora não esteja diretamente relacionado à atual investigação da PF.
Segundo uma advogada especializada em direito previdenciário, esse tipo de desconto pode sim ser fruto de fraude, mas envolve outra natureza de golpe, possivelmente ligada ao uso indevido de dados pessoais para solicitação de empréstimos. A orientação, nesses casos, é que o beneficiário entre em contato com a instituição financeira responsável pela operação. Se não houver solução, o caminho pode ser judicial.
Já nos casos diretamente ligados à investigação envolvendo associações e sindicatos, os valores descontados sem autorização podem ser contestados na Justiça. A orientação é que o beneficiário reúna os extratos e comprove que não autorizou a filiação nem o desconto em folha, o que pode permitir a restituição dos valores cobrados indevidamente.
A recomendação é que aposentados e pensionistas consultem com frequência o extrato detalhado do benefício, disponível no portal ou aplicativo Meu INSS, e fiquem atentos a qualquer valor não reconhecido.