A Embraer e empresas japonesas do setor aéreo ampliaram
parcerias durante a viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva àquele país.
Foi concretizada a venda de 20 jatos, negócio que renderá cerca de R$ 10
bilhões à companhia brasileira, e avançaram também tratativas para o uso de um
combustível à base de etanol para aeronaves, o que poderá beneficiar o
agronegócio brasileiro e, em especial, a indústria sucro-energética do país.
Progrediu também para a negociação para a construção do
chamado “carro do futuro” – o eVTOL, uma aeronave elétrica de decolagem e pouso
vertical (eVTOL) desenvolvida pela Embraer em parceria com empresas
estrangeiras.
Aeronaves
Na viagem que faz ao Japão, a comitiva brasileira anunciou,
nesta quarta-feira (26), a compra, pela All Nippon Aiways (ANA), de 15
aeronaves E-190. A principal empresa aérea japonesa informou que pretende
adquirir, ainda, outras cinco aeronaves – contratos que renderão, à Embraer,
cerca de R$ 10 bilhões.
Ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho disse
que a parceria com os japoneses servirá como uma espécie de chancela para que
novas vendas sejam feitas a outros países, ampliando ainda mais o horizonte de
negócios da Embraer.
“E com a venda dos aviões para os mercados internacionais,
precisaremos preparar mão-de-obra brasileira, estruturando nosso grande plano
de preparar nossos jovens para esse novo mercado de trabalho que se desenha no
Brasil, que é o da aviação”, disse o ministro ao informar que, para tanto, o
Brasil já desenvolve programas de qualificação e capacitação para esse mercado
de trabalho.
“Isso vai gerar emprego e renda. Vai movimentar a
economia”, acrescentou ao informar que todas empresas japonesas com quem
conversou garantiram que colocarão a Embraer como prioridade para seus
negócios.
Combustível Sustentável de Aviação (SAF)
Avançaram também as negociações visando à adoção, pelo
setor de aviação japonês, do Combustível Sustentável de Aviação (SAF), uma
alternativa ao combustível aeronáutico de origem fóssil.
De acordo com o governo brasileiro, esse combustível pode
ser obtido a partir de diversas fontes. Entre elas, o etanol produzido a partir
da cana-de-açucar.
“O SAF é um combustível que é constituído de etanol.
Portanto, é significativo para indústria do agronegócio brasileiro. Além disso,
estamos trabalhando ao lado de todos os ministros do Japão, inclusive o
primeiro-ministro, para que 10% do combustível aqui no Japão seja feito de
etanol”, informou o ministro Silvio Costa Filho.
Esse combustível pode ser obtido também a partir de
resíduos da agricultura, óleo de cozinha usado, gorduras e milho, entre outros,
puros ou misturados, conforme especificações técnicas de segurança. Segundo o
Planalto, o Brasil tem “ampla expertise no tema”.
“Além de a gente potencializar o combustível da aviação
aérea aqui no Japão, estimularemos a indústria Sucroenergética do Brasil, que
dialoga com a sustentabilidade, por meio desse combustível do futuro que o
Brasil tem apresentado ao mundo”, acrescentou o ministro.
Avião vertical, o veículo do futuro
Também integrando a comitiva brasileira, o presidente da
Embraer, Francisco Gomes Neto, disse que os japoneses estão também interessados
no desenvolvimento da aeronave elétrica de decolagem e pouso vertical (eVTOL),
um veículo 100% elétrico que é conhecido como “carro voador”.
“Nosso plano é o de que ele entre em operação até o final
de 2027. É o veículo do futuro, de inovação disruptiva, ideal para países [e
cidades] com trânsito intenso, como as do Japão, São Paulo, Los Angeles ou Nova
York”, disse Gomes Neto ao explicar que motores elétricos são produzidos a
partir de uma jointventure entre a Embraer e uma empresa japonesa.