O índice de Confiança da Construção (ICST) recuou 1,4 ponto em fevereiro, para 92,8 pontos, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta sexta-feira (21). Apesar da queda pontual, o índice registrou a nona alta em médias móveis trimestrais, passando de 91,9 pontos em janeiro para 93,0 pontos.
O resultado negativo da confiança da construção reflete a piora da percepção dos empresários em relação às expectativas para os próximos três e seis meses. O Índice de Expectativas recuou 5,2 pontos, para 99,0 pontos, nível muito próximo da neutralidade (100). A FGV ressalta o comportamento do indicador de demanda prevista, que caiu 5,5 pontos, para 99,7 pontos, e o indicador de tendência de negócios para os próximos seis meses, que recuou 4,9 pontos, para 98,3 pontos.
Por sua vez, o Índice de Situação Atual (ISA) avançou pelo nono mês consecutivo, passando de 84,3 pontos em janeiro para 86,7 pontos em fevereiro, o maior valor desde dezembro de 2014 (91 pontos). Apesar do indicador de situação atual dos negócios ter permanecido estável (variação de 0,3 ponto, para 86,9 pontos), o indicador de carteira de contratos apresentou alta de 4,4 pontos, para 86,6 pontos.
A coordenadora de projetos da Construção do Ibre/FGV, Ana Maria Castelo, observa que o Índice de Expectativas mostrou moderação em fevereiro após ter crescido em ritmo forte nos meses anteriores.
"Essa moderação pode ter muitas origens como uma frustração com o ritmo da recuperação ou o aumento das incertezas em relação à continuidade do Programa Habitacional", avalia. Mas Ana Maria nota que o crescimento da confiança frente a fevereiro de 2019 e o nível do Índice de Situação Atual validam, por ora, as projeções de crescimento dos setor neste ano.
Em fevereiro, o Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci) caiu 0,3 ponto porcentual, para 70,6%, influenciado pelas quedas do Nuci de Máquinas e Equipamentos (-1,1 ponto) e de Mão de Obra (-0,1 ponto).
Acesso ao crédito
Com as sucessivas reduções na taxa de juros de financiamento habitacional ao longo de 2019, Ana Maria nota que a proporção de empresas que apontam dificuldade de acesso ao crédito bancário, que chegou a 61% em maio de 2016, recuou 45,5% em fevereiro de 2019 e a 33% neste mês.