O dólar aprofundou as perdas ante o real nesta tarde de segunda-feira, 31, em meio a uma série de fatores internos e externos, contribuindo para a moeda terminar com a maior queda mensal do ano. De acordo com um gerente de mesa de derivativos, os investidores receberam bem as falas do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, garantindo, por enquanto, a meta fiscal (de déficit de R$ 139 bilhões) e que poderá ter aumento de impostos se for necessário. Contribuíram para as mínimas o enfraquecimento do dólar no exterior depois da notícia de que Anthony Scaramucci, diretor de comunicação da Casa Branca, deixou o governo dos EUA, e o fechamento do petróleo em alta. A divisa americana já vinha em tendência de queda desde cedo em meio à disputa da Ptax de fim de mês.
Em discurso, Meirelles reconheceu que a necessidade de mudança da meta fiscal está sendo analisada, mas ressaltou que, no momento, a meta perseguida pela equipe econômica é a aprovada pelo Congresso Nacional. Para isso, o ministro disse que não tem planos no momento para novos aumentos de impostos, apenas se for absolutamente necessário, fala que deu "certo alívio ao mercado", de acordo com profissionais da área.
Outro fator que contribuiu para o movimento vendedor é a percepção de que a denúncia de corrupção passiva a ser votada contra o presidente Michel Temer na quarta-feira não seguirá adiante, de acordo com o diretor da Correparti, Jefferson Rugik. Hoje à tarde, o deputado Sílvio Costa (PTdoB-PE) fez um apelo para que os colegas da oposição não marquem presença na sessão para inviabilizar a votação da denúncia contra Temer, admitindo que a oposição não tem os 342 votos necessários.
Contribuiu para o enfraquecimento da moeda americana ante o real a fraqueza do dólar no exterior depois da notícia de que Anthony Scaramucci, diretor de comunicação da Casa Branca, deixou o governo dos EUA, menos de um mês depois de ter assumido o cargo. Além disso, o petróleo inverteu a queda vista durante o dia e passou a subir próximo ao fechamento em meio à ameaça de sanções dos EUA contra a Venezuela.
No mercado à vista, o dólar terminou em baixa de 0,45%, aos R$ 3,1202. O giro financeiro somou US$ 1,44 bilhão. Na mínima, a moeda ficou em R$ 3,1147 (-0,62%) e, na máxima, aos R$ 3,1435 (+0,29%). No mês, a moeda americana registrou queda de 5,60%, a maior queda mensal do ano.
No mercado futuro, o dólar para setembro caiu 0,10%, aos R$ 3,1470. O volume financeiro movimentado somou US$ 14,64 bilhões. Durante o pregão, a divisa oscilou de R$ 3,1345 (-0,49%) a R$ 3,1645 (+0,46%).