O dólar teve novo dia de queda nesta quinta-feira, 18, puxada principalmente por declarações do presidente da regional de Nova York do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos), John Williams, que recomendou "agressividade" na política monetária americana. A fala do dirigente, que vota nas reuniões de decisão de juros, foi interpretada por Wall Street como sinalização de redução mais agressiva de juros em breve. Com isso, a moeda americana aprofundou a queda no mercado financeiro internacional, ante divisas fortes e de países emergentes. O dólar à vista fechou em baixa de 0,84%, a R$ 3,7290, o menor valor desde 19 de fevereiro deste ano (R$ 3,7164).
A moeda americana caía desde cedo, mas em ritmo moderado e com baixo volume de negócios. Foi após o discurso de Williams, a partir das 15 horas, que a queda se acentuou e o dólar bateu várias mínimas, recuando até R$ 3,7239. O dirigente disse que é preciso "agir mais rápido" para gerar estímulos econômicos em cenários com a taxa de juros próxima de zero. "Deveríamos ser agressivos quando confrontados com cenário adverso."
Para o estrategista do banco canadense BMO, Ian Lyngen, após a fala de Williams, um corte de 0,50 ponto porcentual de juros pelo Fed não seria mais uma surpresa. Um corte de 0,25 ponto já está precificado, ressalta ele. "William recomendou que o Fed seja agressivo", destaca Lyngen. O índice DXY, que mede o desempenho do dólar perante uma cesta de divisas fortes, que já caía antes das declarações, aprofundou o ritmo de baixa e testou os menores níveis de julho.
O volume de negócios no mercado doméstico, que estava bem fraco pela manhã, repetindo os dias anteriores desta semana, melhorou na parte da tarde. Mas ainda seguiu mais fraco em relação a dias normais. No mercado futuro, o giro financeiro foi de US$ 15 bilhões. No mercado à vista, o giro foi de US$ 1 bilhão, o maior da semana. O dólar para agosto fechou em baixa de 1,19%, a R$ 3,7220.
Operadores observaram alguma entrada de fluxo externo hoje, em dia de fechamento da venda de ações do IRB Brasil Re, que pode render R$ 8 bilhões. A operação será precificada hoje e os estrangeiros podem ficar com parte importante dos papéis, segundo fontes ouvidas pelo Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado. Já a Cosan iniciou reuniões com investidores que podem resultar em emissão na casa dos US$ 500 milhões.