Economia

Guerra tarifária sem precedentes tem poder para impor uma nova ordem mundial, diz especialista

13 abr 2025 às 17:11

No quarto mês do ano, as compras de Natal já começaram no Estados Unidos. Os americanos correm para comprar produtos fabricados no exterior antes que os preços aumentem, especialmente o que é fabricado na China.


Mas em outra decisão, eletrônicos importados - smartphones e computadores - para os Estados Unidos estarão isentos das novas tarifas anunciadas pelo presidente Donald Trump, de acordo com um aviso da Alfândega e Proteção de Fronteiras dos estados unidos emitido neste sábado.


As isenções vêm depois de pressões das bigtechs americanas, porque muitos dos produtos são fabricados na China e chegariam mais caros para os consumidores.


A Apple teria fretado seis aviões cargueiros para transportar cerca de 1,5 milhão de iPhones da Índia para os Estados Unidos para escapar do tarifaço.


Nós últimos dez dias, o mundo assistiu a um verdadeiro "vai e volta" do tarifaço de Trump.


No que ele chamou de "dia da libertação econômica", o presidente americano anunciou uma tarifa base de 10% sobre todas as importações, exceto para Canadá e México - além de tarifas adicionais para países com práticas comerciais consideradas desleais pela Casa Branca.


Muitos ameaçaram a retaliação, como a União Europeia.


Trump então voltou atrás e deu 90 dias de suspensão das tarifas para países que não retaliaram os Estados Unidos, alegando uma forma de incentivo à negociação.


Só que o alvo mesmo era a China que acabou taxada em 145% e revidou com 125% de imposto aos americanos.


Para este especialista, a guerra tarifária sem precedentes tem poder para impor uma nova ordem mundial.


"Além da perda de influência global que os EUA teriam, eles também temem a mudança de um modelo de organização e de visão de mundo, que é o apelo que a China teria sobre outros países hoje“, explica o professor de relações internacionais da USP, Yi Shin Tang.


O presidente chinês Xi Jinping afirmou que a União Europeia e a China vão trabalhar juntas para "proteger a globalização econômica".


Enquanto os dois titãs se digladiam, há uma União Europeia enfraquecida em busca de novas parcerias. O acordo com o Mercosul, negociado há vários anos, pode ganhar um novo impulso.