A recente alta do dólar tem gerado dúvidas entre exportadores e investidores sobre o momento ideal para fixar a moeda. Luiz Carlos Pacheco, Analista Sênior da TF Agroeconômica, destaca que essa decisão exige avaliar os fatores que impulsionaram a valorização da moeda americana em relação ao real. Ele recomenda cautela, sugerindo que fixar parte dos valores no atual patamar de R$ 6,00 é prudente, ainda que se possa esperar por ajustes futuros, dependendo das políticas econômicas internas e externas.
No Brasil, o principal fator para a elevação do dólar é o descontrole fiscal. As contas públicas desequilibradas obrigam o governo a contrair mais dívidas para cobrir gastos, elevando os juros e reduzindo a confiança do mercado. A inflação, por sua vez, é pressionada pela alta demanda e baixa oferta de produtos. Segundo Pacheco, enquanto não houver ações efetivas para ajustar as contas públicas, o dólar dificilmente apresentará uma queda significativa.
No cenário internacional, o fortalecimento do dólar reflete a política econômica dos EUA, intensificada após a eleição de Donald Trump. Desde novembro, a moeda americana valorizou-se 6,12% frente ao real, atingindo picos de R$ 6,12 antes de estabilizar em torno de R$ 6,00. Especialistas acreditam que o dólar deve oscilar entre R$ 5,80 e R$ 6,20 no curto prazo, influenciado por decisões econômicas em ambos os países.
“A primeira coisa a saber quando se opera no mercado futuro é que você não tem nenhuma obrigação, nem deve se arrepender por não ter acertado o olho da mosca. Sua obrigação é manter seus ativos lucrativos e não acertar o pico do preço ou da cotação. Assim, fixar dólar agora é um procedimento muito prudente, em nossa opinião, embora se possa deixar parte para ser fixado mais tarde, esperando as primeiras decisões efetivas de Trump, por exemplo, que poderão (ou não) mudar tudo. Neste sentido, os dias próximos e imediatamente posteriores a 20 de janeiro serão decisivos”, conclui.