O futebol às vezes escreve roteiros que nem o mais criativo dos autores seria capaz de imaginar. Depois de anos batendo na trave, sendo motivo de piadas e colecionando decepções, o Tottenham, enfim, soltou o grito de campeão. Nesta quarta-feira, os Spurs venceram o Manchester United por 1 a 0, com gol de Brennan Johnson, e conquistaram a Liga Europa da temporada 2024-25.
O título encerra um jejum de 17 anos. A última taça havia sido a Copa da Liga Inglesa de 2008, quando o Tottenham venceu o Chelsea por 2 a 1. Desde então, foram finais perdidas, eliminações dolorosas e uma série de campanhas frustrantes.
Curiosamente, esse título chega no mesmo ano em que Harry Kane, maior ídolo recente do clube, também ergue sua primeira taça como jogador profissional. Após anos no Tottenham sem conquistas, o atacante inglês se transferiu para o Bayern de Munique e conquistou a Bundesliga no dia 4 de maio, encerrando uma sequência pessoal de 65 campeonatos disputados sem levantar um troféu.
O roteiro é simbólico. Kane e Tottenham precisaram se separar para, enfim, saírem do rótulo de “amarelões”. Se por anos o camisa 10 carregou os Spurs nas costas sem conseguir uma volta olímpica, agora ambos vivem novos tempos. O Tottenham vence uma competição europeia e dá uma resposta à sua torcida, que tanto esperou por esse momento.
O gol de Brennan Johnson ficará eternizado na história do clube. A vitória contra o Manchester United não representa apenas um título, mas um alívio. A quebra de uma escrita incômoda, uma virada de chave para uma geração que cresceu sem ver o Tottenham campeão.
Se o futebol é mesmo uma metáfora da vida, o recado está dado. Às vezes, é preciso seguir caminhos diferentes para, enfim, alcançar a felicidade.
