A estreia do Al Nassr na Liga dos Campeões da Ásia 2023/24 nesta terça-feira (19) será histórica. E não tem a ver com Cristiano Ronaldo, principal jogador do clube saudita e maior artilheiro de todos os tempos da Champions League europeia (141 gols em 187 jogos), que inspirou a mudança de nome da competição asiática.

O Al Nassr encara o Persepolis, do Irã, nesta terça-feira (19), às 15h (horário de Brasília). O jogo acontece no Estádio Azadi, em Teerã, e marca o retorno dos times sauditas ao Irã após sete anos de proibição.

No início de setembro, a Confederação Asiática de Futebol anunciou que os clubes da Arábia Saudita e do Irã se enfrentarão em casa e fora pela primeira vez desde 2016. Durante este período, as partidas envolvendo times dos dois países eram disputadas em campo neutro.

A Confederação saúda a mudança histórica, pois reflete o compromisso das federações em promover laços mais estreitos entre as suas respectivas comunidades futebolísticas. Isso cria uma experiência mais envolvente e emocionante, tanto para os torcedores quanto para os jogadores - Confederação Asiática de Futebol.

A proibição existia desde 2016, quando Riad cortou relações com Teerã depois que manifestantes iranianos invadiram a embaixada saudita na capital do Irã. A invasão aconteceu porque um clérigo xiita [similar a um padre ou pastor] foi executado pela Arábia Saudita.  

Nimr al-Nimr era conhecido por verbalizar o sentimento da minoria xiita em solo saudita e foi crítico persistente da família real.

Desde então, os países travaram uma guerra que envolveu vários territórios vizinhos. Em março deste ano, no entanto, os países concordaram em restabelecer as relações diplomáticas, num acordo histórico mediado pela China. Essa reaproximação impulsionou a mudança que proibia sauditas de jogarem no Irã, e vice-versa.

Desta forma, com a queda da barreira geopolítica, fãs iranianos poderão acompanhar de perto Cristiano Ronaldo nesta terça-feira – uma multidão cercou a delegação do Al Nassr nesta segunda, para ver o astro português, e o clube saudita precisou cancelar o treino da véspera do jogo.

O Persepolis, por sua vez, rival de CR7 e companhia, é um dos clubes mais populares do Irã e já colocou 100 mil pessoas no Estádio Azadi, palco do confronto pela primeira rodada do Grupo E da Champions League da Ásia.

No dia 2 de outubro, será a vez de Neymar visitar a capital iraniana. Jogando pelo Al Hilal, o brasileiro terá pela frente o Nassaji Mazandraran, pela segunda rodada do Grupo D.

No mesmo dia, o Al-Ittihad de Karim Benzema jogará contra o Sepahan, em Ispahan, pelo Grupo C.