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Coronavírus: Paraguai adia volta às aulas para dezembro

28 abr 2020 às 16:09

O ministro da Educação e Ciências do Paraguai, Eduado Petta, anunciou que as aulas presenciais ficarão suspensas até dezembro deste ano para evitar a propagação do novo coronavírus. A decisão afeta cerca de 1,4 milhão de estudantes do ensino público e privado.

No final de março, a Organização das Nações Unidas (ONU) estimou que mais de 850 milhões de crianças e jovens em todo o mundo estavam com as aulas suspensas devido à pandemia.

“A comunidade educacional move um grande número de pessoas e pode ser um setor vulnerável para a disseminação do vírus. Sabemos que é uma decisão sem precedentes”, afirmou o presidente paraguaio, Mario Abdo Benítez. Por enquanto, os alunos continuam tendo aulas a distância, com o uso de ferramentas digitais. De acordo com o último levantamento do governo, essas ferramentas alcançam 88% de funcionalidade. No caso de comunidades vulneráveis sem acesso à internet, os colégios estão oferecendo material em meio físico, para que as famílias busquem, a fim de garantir a continuidade do ano letivo.

A partir do dia 4 de maio, haverá um recesso escolar de 10 dias para os alunos da educação infantil, do ensino fundamental e do médio. Depois do recesso, as aulas a distância, em vigor desde o dia 10 de março, serão retomadas.

Em comunicado, o governo do Paraguai destaca a maior flexibilidade do calendário escolar deste ano e diz que o país e o mundo inteiro passam por diferentes momentos de aprendizado devido à pandemia da Covid-19. Por isso, o Ministério da Educação e Ciências faz os ajustes necessários e considera os requisitos das diferentes áreas, como para os ensinos técnicos, que precisam realizar suas práticas pessoalmente e apoiados pelas ferramentas disponíveis para o desenvolvimento contínuo das aulas para não perder o ano letivo, acrescenta o texto,

O ministro da Saúde, Julio Mazzoleni, ressaltou a necessidade de manter as aulas suspensas ao longo dos próximos meses. “Outro elemento que é muito importante do ponto de vista epidemiológico é que estamos entrando no inverno, quando temos uma série de vírus respiratórios que normalmente causam estresse no sistema de saúde. A possibilidade desses vírus se espalharem de maneira normal e aumentarem a demanda por consultas, ou mesmo hospitalizações, no sistema de saúde pode fazer com que nosso pessoal e nossos filhos tenham que ir a hospitais com o consequente risco associado no contexto de uma epidemia de coronavírus.”

Quarentena Inteligente
O Paraguai anunciou a volta gradual das atividades econômicas com a chamada “quarentena inteligente”, um plano de turnos rotativos que engloba diferentes áreas de trabalho. Assim, o país, que teve uma das ações mais duras e restritivas no início da pandemia, prepara-se para retomar as atividades, mantendo as medidas de distanciamento social e de higiene.

O país tem população de 6,9 milhões de pessoas. Até o momento, foram registrados 230 casos da doença e nove mortes. O primeiro caso do novo coronavírus foi identificado no dia 7 de março. Três dias depois, no dia 10, foi decretada uma quarentena parcial, com suspensão das aulas e de atividades que implicassem aglomeração de pessoas.

Com o passar dos dias, medidas como o fechamento das fronteiras, restrições no desembarque de estrangeiros e toque de recolher noturno foram tomadas. No dia 20 de março, o país decretou quarentena total, mantendo apenas as atividades essenciais em funcionamento. No dia 4 de maio, 700 mil trabalhadores voltarão, gradualmente, às suas atividades laborais.

Peru sem aulas presenciais
Na semana passada, o presidente do Peru, Martín Vizcarra, informou que os estudantes continuariam com as aulas a distância durante todo o ano letivo de 2020.

Com informações: Umuarama News