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França e Itália ampliam quarentena

14 abr 2020 às 07:45

França e Itália decidiram ontem manter suas restrições de mobilidade para tentar conter o avanço do coronavírus, enquanto o Reino Unido deve prorrogar, ainda nesta semana, as normas de isolamento social da população. As medidas mostram o quanto alguns governos europeus temem retomar as atividades econômicas cedo demais e ter de enfrentar depois uma nova onda da pandemia.

Em pronunciamento, o presidente da França, Emmanuel Macron, anunciou ontem a prorrogação das regras atuais de "confinamento rígido" até 11 de maio - a partir da data, disse Macron, creches e escolas serão reabertas "progressivamente". De acordo com ele, bares, cafés, restaurantes e hotéis devem continuar fechados mesmo após o dia 11 de maio.

Macron afirmou ainda que os grupos mais sensíveis à doença, como idosos e doentes crônicos, terão de permanecer confinados por mais tempo. A França registrou ontem 574 mortes pela covid-19, elevando o total para 14.967, segundo o Ministério da Saúde. O país tem mais de 98 mil casos da doença.

Apesar de números que mostram uma desaceleração da disseminação do vírus, a Itália também prorrogou ontem as medidas de restrição até 3 de maio, com a obrigação de confinamento em casa e fechamento de atividades não essenciais.

Um novo decreto começa a vigorar hoje e permitirá apenas a abertura de alguns poucos estabelecimentos, quase simbolicamente e em maneira experimental, como livrarias, papelarias, lojas de roupas infantis. O primeiro-ministro, Giuseppe Conte, descartou a abertura de indústrias, apesar das pressões econômicas.

"No momento, qualquer hipótese sobre isso é prematura", disse Angelo Borelli, diretor da agência de Defesa Civil, em entrevista coletiva.

"Ainda estamos na fase um, não há dúvidas", disse Gianni Rezza, do Conselho Técnico Científico, que assessora o governo italiano. Ao todo, o país tem quase 160 mil infectados e mais de 20 mil mortes.

Já o Reino Unido indicou que também deve manter o isolamento social. Em entrevista coletiva, o secretário de Estado do Reino Unido, Dominic Raab, disse ser "cedo demais" para considerar a possibilidade de flexibilizar as restrições impostas há três semanas para conter a propagação do coronavírus.

"Haverá um momento no futuro em que poderemos falar de uma transição, mas ainda não chegamos lá", disse Raab, que substitui Boris Johnson como chefe de governo, enquanto o primeiro-ministro se recupera da covid-19, na residência oficial, em Chequers, depois de ter recebido alta no domingo. O premiê estava internado desde o dia 5 de abril e passou três noites na UTI.

Segundo Raab, haverá uma reunião na quinta-feira para avaliar as restrições, que devem ser mantidas. Os números do Serviço Nacional de Saúde (NHS, na sigla em inglês) indicam que quase 114 mil já morreram pela covid-19 nos hospitais britânicos, 717 nas últimas 24 horas. O Reino Unido tem mais de 88 mil infecções confirmadas. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)